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domingo, 24 de junho de 2012

O que sobrou pra juventude?




No seu blog no portal R7 o jornalista André Forastieri publicou um texto falando da nova sensação do rock mundial, uma bandinha britânica chamada The XX.
Sedento por coisa nova, pesquisei na Net, e vi as fotos dessa galerinha, dois caras e uma moça, pose rocker terceiro mundista, figurino preto básico, uns vinte e poucos anos no máximo. Até aí, nada de novo, o que não falta, ou faltou na história da música contemporânea são grupos com esse layout.
Mas então vamos à música, que é o que importa. Nada de novo, TAMBÉM, rock-pop básico, guitarrinhas despretensiosas, drum-machine, vocais pseudo-cavernosos. Ecos distantes de um punk gótico não vivido.
Eis então a sensação do rock, mera “macacada” do que já foi feito anteriormente? Isso só mostra duas patentes constatações, se por um lado é melhor e mais ser jovem nesta aurora de Século XXI, dado as facilidades e o franco acesso a tudo, sobretudo a informação graças a telemática e a internet, por outro, é muito difícil, pois quase nada sobrou de novo para os jovens dizerem, pois tudo, ou quase tudo já foi dito.
Parece redundante, mas ser jovem é ser novo, romper o velho, extrapolá-lo superá-lo, é assim, pelo menos que aprendi, ou me ensinaram. Ser jovem é por definição alguém inconformado com o velho. O pessoal que estava em Woodstock, e os protestos de Paris em 1968, hoje estão velhos mas eram jovens naquele tempo e foi a juventude deles que sedimentaram as benesses modernas que usufruímos hoje, pelo menos na renovação e arejamento dos usos e costumes.
Chuck Berry  a berrar “Johnny B Goodie” em meados dos anos 1950 tinha uns 28 anos, mais ou menos.
Imagino o choque nas pessoas, no distante ano de 1967, ouvir o poderoso e dissonante acorde final de “A Day in a Life” dos Beatles! Algo novo, forte e poderoso, que abriu as portas pra todo tipo de inovação musical possível desta época até os dias de hoje.
Ozzy Osborne, Led Zeppelin, punk, gótico, new wave, new age, Devo, e tudo o mais. Lembrando que os componentes do The XX estavam sendo gerados nas barrigas de suas respectiva  mães, o Nirvana cantava “Smells like teen spirit” no palco do Rock In Rio para logo depois Kurt Cobain transar com a câmera ao vivo.
Então, o que restou ao jovem pra dizer? Alguém poderia dizer, um retorno aos valores clássicos de pureza e religiosidade. Ai eu digo, nem isso, pra isso já tem as bandas gospel, as Rosas de Saron da vida. Libertação feminista? Também não, The Runaways e L7 já fizeram isso. Poderiam dizer ainda um mergulho na cultura local em uma mistura com pop. Nem isso, pois o mangue beat, Nação Zumbi e até mesmo o Cordel do Fogo Encantado já fazem isso há mais de vinte anos.
Não adianta, pra onde você olhar vai perceber que tudo já foi dito, toda a novidade já foi exaurida, tudo que impacta, que pode arrepiar e mudar já foi feito!
Resta o que pra essa galera jovem por aí, gente como os integrantes do The XX, ou para essa geração pós-Orkut do ctrl-v/ctrl-c que povoam as praças por aí? O que resta de novo pra se dizer ou fazer?