No seu blog
no portal R7 o jornalista André Forastieri publicou um texto falando da nova
sensação do rock mundial, uma bandinha britânica chamada The XX.
Sedento por
coisa nova, pesquisei na Net, e vi as fotos dessa galerinha, dois caras e uma
moça, pose rocker terceiro mundista, figurino preto básico, uns vinte e poucos anos
no máximo. Até aí, nada de novo, o que não falta, ou faltou na história da
música contemporânea são grupos com esse layout.
Mas então
vamos à música, que é o que importa. Nada de novo, TAMBÉM, rock-pop básico,
guitarrinhas despretensiosas, drum-machine, vocais pseudo-cavernosos. Ecos distantes
de um punk gótico não vivido.
Eis então a
sensação do rock, mera “macacada” do que já foi feito anteriormente? Isso só
mostra duas patentes constatações, se por um lado é melhor e mais ser jovem
nesta aurora de Século XXI, dado as facilidades e o franco acesso a tudo,
sobretudo a informação graças a telemática e a internet, por outro, é muito
difícil, pois quase nada sobrou de novo para os jovens dizerem, pois tudo, ou
quase tudo já foi dito.
Parece redundante,
mas ser jovem é ser novo, romper o velho, extrapolá-lo superá-lo, é assim, pelo
menos que aprendi, ou me ensinaram. Ser jovem é por definição alguém
inconformado com o velho. O pessoal que estava em Woodstock, e os protestos de
Paris em 1968, hoje estão velhos mas eram jovens naquele tempo e foi a
juventude deles que sedimentaram as benesses modernas que usufruímos hoje, pelo
menos na renovação e arejamento dos usos e costumes.
Chuck Berry a berrar “Johnny B Goodie” em meados dos anos
1950 tinha uns 28 anos, mais ou menos.
Imagino o
choque nas pessoas, no distante ano de 1967, ouvir o poderoso e dissonante
acorde final de “A Day in a Life” dos Beatles! Algo novo, forte e poderoso, que
abriu as portas pra todo tipo de inovação musical possível desta época até os
dias de hoje.
Ozzy Osborne,
Led Zeppelin, punk, gótico, new wave, new age, Devo, e tudo o mais. Lembrando que
os componentes do The XX estavam sendo gerados nas barrigas de suas respectiva mães, o Nirvana cantava “Smells like teen
spirit” no palco do Rock In Rio para logo depois Kurt Cobain transar com a
câmera ao vivo.
Então, o que
restou ao jovem pra dizer? Alguém poderia dizer, um retorno aos valores
clássicos de pureza e religiosidade. Ai eu digo, nem isso, pra isso já tem as
bandas gospel, as Rosas de Saron da vida. Libertação feminista? Também não, The
Runaways e L7 já fizeram isso. Poderiam dizer ainda um mergulho na cultura
local em uma mistura com pop. Nem isso, pois o mangue beat, Nação Zumbi e até
mesmo o Cordel do Fogo Encantado já fazem isso há mais de vinte anos.
Não adianta,
pra onde você olhar vai perceber que tudo já foi dito, toda a novidade já foi
exaurida, tudo que impacta, que pode arrepiar e mudar já foi feito!
Resta o que
pra essa galera jovem por aí, gente como os integrantes do The XX, ou para essa
geração pós-Orkut do ctrl-v/ctrl-c que povoam as praças por aí? O que resta de
novo pra se dizer ou fazer?