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sábado, 15 de junho de 2013

a velha mídia que satisfaz



O escritor paraibano Bráulio Tavares publicou em seu blog um excelente texto tratando das novas tecnologias, especialmente das novas mídias, enfocando principalmente em torno do impacto destas nas chamadas antigas mídias e em especial no livro. Sim, esse velho e bom livro a quem eu, particularmente chamaria de mídia antiquíssima.
Dizia o texto, num resumo sintético meu, que antes de nos adaptarmos as novas mídias, devemos esperar que as novas mídias se adaptem a nós. De que adiante termos um Tablet, ou qualquer bugiganga que o valha, com todos os volumes da Enciclopédia Britânica, todos os 1000 e tantos romances de Ryoki Inoue, todas as obras de Jorge Amado e Jorge Luis Borges, e se eu estou preso a carga de uma bateria? De que adianta ter todas as obras de Da Vinci para visualizar se um mínimo arranhão no touch-screen  pode inutilizar todo o aparelho? E finalmente a indagação definitiva no texto do citado escriba da Paraíba: de que adianta  ter um livro de plástico que não pode ir ao banheiro com a gente? E mais, ele acrescenta ainda mais uma hipótese: “vai que o meu I-Pod, ou Galaxy, ou Kindle, ou Tablet cai no vaso sanitário, agora pronto, todos os meus volumes da Enciclopédia Britânica vai, literalmente, por água abaixo”, já isso não aconteceria com o velho e bom livro em papel.
Tanto concordo com Bráulio Tavares, como acrescento: nada supera a velha e boa tecnologia já milenar do livro impresso, ou melhor, de qualquer mídia impressa. Eu posso passar um ano interior no meio da floresta tropical de Java, sem qualquer sinal remoto do que pode parecer uma tomado e carregar comigo todos os livros de León Tolstoi, posso mergulhar numa piscina com livro de Maria Clara Machado ou de Clarice Lispector que depois posso botar pra secar e ler novamente (isso se eu não quiser ler molhado mesmo)
Mas o povo gosta é de bugiganga mesmo, e não me refiro só ao povo brasileiro, me refiro literalmente ao mundo todo, toda a canalhice humana que habita esse pobre Planeta Terra...
Parece que a cada invenção se sente a morte eminente e total das coisas boas anteriores. Quando veio a televisão, disseram que o rádio ia morrer, quando veio a Internet, decretaram a morte da televisão, quando veio o CD “mataram” o LP, e quando vieram os arquivos digitais o CD já estava morto...tudo conversa mole...todos estão vivos e convivendo, com algum  grau maior ou menor de harmonia ou desarmonia, mas convivendo.
O que pode haver e, infelizmente haverá, será uma “despopularização”, o que antes vendia muito, não vai mais vender tanto. Então sugiro aos que me leem: Escreva um livro enquanto ele ainda existe, ou melhor enquanto ainda sabem como um livro funciona, pois do jeito que está talvez as próximas gerações não saibam que para ler um livro é necessário passar as páginas (talvez nem saibam o que sejam páginas). Pior para as próximas gerações...muito pior...

Aos que dizem que no futuro sá vai existir Tablet, e-books, Kindle e outras besteiras do gênero, eu respondo: nesses dias cibernéticos de fibra ótica e milhões de terabytes em qualquer bodega de esquina você vai achar velas para vender, e ela, a vela é a uma das poucas coisas que salvam num blackout duma noite escura...