O escritor
paraibano Bráulio Tavares publicou em seu blog um excelente texto tratando das
novas tecnologias, especialmente das novas mídias, enfocando principalmente em
torno do impacto destas nas chamadas antigas mídias e em especial no livro.
Sim, esse velho e bom livro a quem eu, particularmente chamaria de mídia
antiquíssima.
Dizia o
texto, num resumo sintético meu, que antes de nos adaptarmos as novas mídias,
devemos esperar que as novas mídias se adaptem a nós. De que adiante termos um
Tablet, ou qualquer bugiganga que o valha, com todos os volumes da Enciclopédia
Britânica, todos os 1000 e tantos romances de Ryoki Inoue, todas as obras de
Jorge Amado e Jorge Luis Borges, e se eu estou preso a carga de uma bateria? De
que adianta ter todas as obras de Da Vinci para visualizar se um mínimo
arranhão no touch-screen pode inutilizar
todo o aparelho? E finalmente a indagação definitiva no texto do citado escriba
da Paraíba: de que adianta ter um livro
de plástico que não pode ir ao banheiro com a gente? E mais, ele acrescenta
ainda mais uma hipótese: “vai que o meu I-Pod, ou Galaxy, ou Kindle, ou Tablet
cai no vaso sanitário, agora pronto, todos os meus volumes da Enciclopédia
Britânica vai, literalmente, por água abaixo”, já isso não aconteceria com o velho
e bom livro em papel.
Tanto
concordo com Bráulio Tavares, como acrescento: nada supera a velha e boa
tecnologia já milenar do livro impresso, ou melhor, de qualquer mídia impressa.
Eu posso passar um ano interior no meio da floresta tropical de Java, sem
qualquer sinal remoto do que pode parecer uma tomado e carregar comigo todos os
livros de León Tolstoi, posso mergulhar numa piscina com livro de Maria Clara
Machado ou de Clarice Lispector que depois posso botar pra secar e ler
novamente (isso se eu não quiser ler molhado mesmo)
Mas o povo
gosta é de bugiganga mesmo, e não me refiro só ao povo brasileiro, me refiro
literalmente ao mundo todo, toda a canalhice humana que habita esse pobre
Planeta Terra...
Parece que a
cada invenção se sente a morte eminente e total das coisas boas anteriores.
Quando veio a televisão, disseram que o rádio ia morrer, quando veio a
Internet, decretaram a morte da televisão, quando veio o CD “mataram” o LP, e
quando vieram os arquivos digitais o CD já estava morto...tudo conversa
mole...todos estão vivos e convivendo, com algum grau maior ou menor de harmonia ou desarmonia,
mas convivendo.
O que pode
haver e, infelizmente haverá, será uma “despopularização”, o que antes vendia
muito, não vai mais vender tanto. Então sugiro aos que me leem: Escreva um
livro enquanto ele ainda existe, ou melhor enquanto ainda sabem como um livro
funciona, pois do jeito que está talvez as próximas gerações não saibam que
para ler um livro é necessário passar as páginas (talvez nem saibam o que sejam
páginas). Pior para as próximas gerações...muito pior...
Aos que dizem
que no futuro sá vai existir Tablet, e-books, Kindle e outras besteiras do
gênero, eu respondo: nesses dias cibernéticos de fibra ótica e milhões de
terabytes em qualquer bodega de esquina você vai achar velas para vender, e
ela, a vela é a uma das poucas coisas que salvam num blackout duma noite
escura...