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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Ryoki Inoue, um brasileiro ilustre

O Brasil de fato não conhece o Brasil, e isto nos faz de presa fácil ao interesse imperialista alheio. Temos aqui conosco potencial humano e talentos que nos deixam em pé de igualdade com as nações dita desenvolvidas mundo a fora, e mais, temos um diferencial que só o misto de latinidade, lusitanidade, sangue negro e índio podem dar.
Em suma, temos o que eles têm e, além disto, temos o “algo” mais que a pele morena é capaz de dar.
E mesmo até mesmo o mais “estrangeirófilo” é forçado a crer que nós brasileiro somos, parafraseando aquela música da Pitty, um povo “foda”!
Por exemplo, pouca gente sabe que a pessoa que mais escreveu livros no mundo todo, é um brasileiro.
Escrever um livro, não é uma empreitada fácil, envolve o uso de conhecimento fluente da língua e das formas subjetivas que propiciam a criação de mundos completos para quem ler, envolve uma cultura vasta e, sobretudo, inteligência, perspicácia, sensibilidade e observação da vida e do universo humano. Conheço muita gente de alto gabarito que com muito esforço consegue escrever um, dois ou três livros, e eu que o diga também, pois ainda não consegui sair do primeiro capítulo do meu próprio livro há mais de ano.
Mas José Carlos Ryoki Alpoim Inoue, um brasileiro, escreveu nada mais, nada menos que 1079 livros. Sabe-se lá o que é isso, a dimensão dessa marca. São mil e tantos livros, mil e tantas histórias completas com começo, meio e fim, mil e tantos universos para leitores viajar.
Uma pessoa como Ryoki Inoue, só poderia nascer no Brasil, pois só aqui pode se dar de forma tão harmônica o encontro de dois extremos, o lirismo português com a produtividade japonesa, resultado: o escritor mais prolífero do Planeta Terra.
Os críticos geralmente tentam diminuir esta marca. Alguns dizem que pulp fiction ( o estilo de boa parte deste milhar de livros escrito por Ryoki, com cerca de 39 pseudônimos) é previsível, literatura “inferior”, dentre outras bobagens. Mas daí que se ver que boa parte destes mesmos críticos sequer tem um único livrozinho que seja, nem mesmo um simplório e previsível livro de culinária, só isto já seria suficiente para tirar-lhes a razão.
Outros críticos dizem que quantidade não é qualidade, Marcel Pruost escreveu um único livro em vida, o mesmo se diz de Augusto dos Anjos e Fernando Pessoa. Ariano Suassuna , tem uns cinco ou seis, e por aí vai. Mesmo sem retirar o mérito devido a grandeza e intensidade de um Proust, Fernando Pessoa e seus heterônimos, e, sobretudo Ariano Suassuna. A marca de Ryoki não é desprezível de modo algum, além disto, seus livros são ricos de imagens, força literária, e guardada as devidas proporções, nada deixa a dever a qualquer marco literário nem daqui, nem de alhures.
Deveríamos todos nós brasileiros está plenos de orgulho por dividirmos uma nacionalidade com uma pessoa da dimensão de Ryoki Inoue. E que seus livros sejam mais e mais comprados, lidos, estudados e apreciados, e quiçá num futuro dos meus netos, que ainda nem sonham em nascer, seja, enfim o seu trabalho devidamente reconhecido e tenhamos o seu rosto como uma efígie duma cédula ou moeda, tal Câmara Cascudo, Cecília Meireles ou Drummond já tiveram. Não consigo imaginar homenagem melhor