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sábado, 20 de outubro de 2012

fim da indústria fonográfica. Lamentar ou comemorar?



Fazia tempo que eu queria escrever alguma coisa sobre uma indústria, certo tipo de indústria que num passado recente era poderosa, importante, repletas de empresas multinacionais, onipresente. Uma indústria que ditava moda, induzia tendência, e principalmente faturava milhões e milhões. A  indústria fonográfica.
A indústria do disco, a indústria da música, considerava-se intocável no alto do pináculo dos seus milhões. Cobrava o preço que queria sobre seus produtos, via de regra, não prestigiava o talento de seus contratados, criava ídolos sem critério e dizia às massas o que gostar e ouvir e o que repudiar e desprezar.
Tinham tudo nas mãos, as mentes e os corações de milhões.
Até eu num belo momento, do início do Século XXI, alguns estudantes ianques do Vale do Silício começaram a compartilhar música entre seus computadores, e antes o que abstrato e dependia de papel e vinil para se propagar virou somente mais um dado traduzido por um software de PC. Um mero dado.
Agora você tinha a música ao seu alcance, não precisava mais sair de casa, comprar um disco, voltar para casa e escutar, pois faz isso tudo direto de casa, e melhor, sem gastar absolutamente nada. Pronto, a outrora indústria poderosa sucumbiu diante da rede mundial de computadores.
Mas sempre me faltava algum tipo de informação para concluir este, pois estas informações já são quase que plasmadas na História.
Dizer que o fim da indústria fonográfica representou a democratização do acesso à música já é fato corrente e corriqueiro, como corrente é o fato de afirmar que os artistas da música hoje em dia não mais giram em torno de um disco físico para expor e vender sua obra.
Mas está faltando ainda um dado nesta história toda, e não sei o que é.
Talvez o fato de que tudo tem dois lados, e o fim da indústria do disco, tem um lado bom  representado pela democratização ao acesso do conteúdo, tem um lado ruim, pois aumentou o desgaste dos artistas que amamos, pois hoje eles têm que ralar muito mais para conseguir suas rendas, agora com shows ao invés da venda de seus LP’s, CD’s e DVD’s isso sem falar no efeito colateral representado pelo desemprego.
Confesso que sou um sujeito à moda antiga, música para mim não se resume só ao ato de escutar, mas o sim o de pegar uma capa, ler um encarte, é muito mais táctil, coisas que o meu filho, por exemplo, não iria entender, pois se pode baixar toda e qualquer música, de qualquer lugar e de qualquer estilo, a qualquer hora e direto no seu computador.
Na balança dos pros e dos contras ainda não achei o ponto de equilíbrio com o fim declarado e assumido da indústria fonográfica, ora eu tendo a aplaudir (viva a democratização da cultura, viva o fim dos oligopólios midiáticos!!!), ora eu tendo a lamentar (nostalgia pura e simples, artistas ralando mais e ganhando menos, desemprego de milhares de pessoas).
Talvez seja por isso que eu não tenha conseguido fazer um texto que preste sobre o fim da indústria fonográfica, resumindo-me tão somente  a este mero texto inconclusivo e ruim, mas fato é fato e dele não se pode escapar. O que se pode alterar é a maneira de como se pode abortar tal fato.  
Outra coisa é certa, o fim da indústria do disco representou a ascensão do sucesso dos artistas locais, ou seja sem o fim dos impérios fonográficos dificilmente existiria um Grafith ou um Arrocha ou mesmo um Aviões do Forró.
Resumindo, não sei precisar se a morte da indústria do disco foi boa ou ruim...vou matutar um pouco mais e quem sabe não escreva uma segunda parte deste texto...
E vocês, o que acham?