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sábado, 11 de maio de 2013

Saudades do novo



O advento da segunda guerra mundial, no século passado, representou um marco na história. Além de ter sido a última guerra envolvendo grandes nações, nunca antes na história da humanidade houve tanta e tamanha destruição: morte em escala industrial, duas bombas atômicas, estupros em massa e carnificinas para todos os tipos.
Diante de tamanha barbárie, a  geração que nasceu durante ou logo após a grande guerra se viu impelida a ser diferente, necessitava ser diferente e, sobretudo, dizer um “não” a tudo de ruim que causou aquele banho de sangue, e para dizer esse “não” tinha que negar tudo que para eles ligava a imposição (Hitler e Mussolini eram ditadores), e mais do que isso, também, era negar o velho, as coisas velhas, pois acreditavam que foram os velhos valores que criaram o conflito. Quem nasceu nos anos 1940, tinha 20 e poucos anos nos anos 1960, era a década da geração hippie, da contracultura, dos protestos da Paris de 1968, dos jovens guerrilheiros do Brasil, dos sonhos concretizáveis.  Os integrantes dos Beatles e dos Rolling Stones, as outrora trilhas sonoras da rebeldia também nasceram nos anos 1940.
Nos anos 1960 o conservadorismo era vencido por uma rebeldia que prometia um mundo melhor.
Também nesses anos 1960 nasceu o estudo da psicologia infantil e de novas pedagogias, ou seja, novas maneiras de dizer “não” ao velho, ao arcaico, ao causador de problemas. Sai a “palmatória” entra o método Montefiglori. Tudo isso com a promessa de renovação, da revigora da vida pela destruição dos velhos costumes, trocados por algo novo, “refrigerando” a vida, numa promessa de um mundo melhor.
Estamos em 2013, dos revolucionários anos 1960 já se passaram 40/50 anos. Estamos vivendo o futuro como presente (pela ótica dos sessentistas), e o mundo está melhor? Vivemos, por um acaso, numa sociedade melhor, mais livre e amorosa como sonhado pelos hippies? Vivemos numa sociedade mais justa como sonhado pelos estudantes de Paris em 1968? A resposta é um estrondoso e retumbante: NÃO!
Vivemos hoje na mesma, pouco mudou nas injustiças do mundo, a única diferença são jovens mais mal-educados, diria também mais tolos, mais burros e alienados da mesma forma, contudo igualmente rebeldes, mas sem causa, ou mesmo preocupação em ter uma, sem se preocupar com o futuro e sem conhecer os Beatles.
Parece que essa foi a única mudança que aconteceu, os costumes continuam os mesmos. A diferença é que a outrora nova rebeldia se institucionalizou e virou o velho de sempre. Afinal Mick Jagger, Paul McCartney e Pete Townsend já são avôs.
O velho continua velho e os novos não têm mais pelo que lutar ou mudar (...é o que acham...).
E os jovens se preocupam em modificar o mundo para torna-lo melhor? Não! Estão ocupados demais em atualizar o perfil do Facebook...
Pequenas mudanças...tão pontuais...Há pouca coisa nova nessa aurora de século XXI, tirando certos avanços tecnológicos, os costumes estão os mesmos, e os rebeldes vazios, e o mundo na mesma.
Tenho saudade do que não vivenciei nos anos 1960, afinal eu só vim a nascer na década seguinte, mas o frescor de renovação daqueles anos fazem falta...até hoje...