O advento da
segunda guerra mundial, no século passado, representou um marco na história.
Além de ter sido a última guerra envolvendo grandes nações, nunca antes na
história da humanidade houve tanta e tamanha destruição: morte em escala
industrial, duas bombas atômicas, estupros em massa e carnificinas para todos
os tipos.
Diante de
tamanha barbárie, a geração que nasceu
durante ou logo após a grande guerra se viu impelida a ser diferente,
necessitava ser diferente e, sobretudo, dizer um “não” a tudo de ruim que
causou aquele banho de sangue, e para dizer esse “não” tinha que negar tudo que
para eles ligava a imposição (Hitler e Mussolini eram ditadores), e mais do que
isso, também, era negar o velho, as coisas velhas, pois acreditavam que foram
os velhos valores que criaram o conflito. Quem nasceu nos anos 1940, tinha 20 e
poucos anos nos anos 1960, era a década da geração hippie, da contracultura,
dos protestos da Paris de 1968, dos jovens guerrilheiros do Brasil, dos sonhos
concretizáveis. Os integrantes dos
Beatles e dos Rolling Stones, as outrora trilhas sonoras da rebeldia também
nasceram nos anos 1940.
Nos anos 1960
o conservadorismo era vencido por uma rebeldia que prometia um mundo melhor.
Também nesses
anos 1960 nasceu o estudo da psicologia infantil e de novas pedagogias, ou
seja, novas maneiras de dizer “não” ao velho, ao arcaico, ao causador de
problemas. Sai a “palmatória” entra o método Montefiglori. Tudo isso com a
promessa de renovação, da revigora da vida pela destruição dos velhos costumes,
trocados por algo novo, “refrigerando” a vida, numa promessa de um mundo
melhor.
Estamos em
2013, dos revolucionários anos 1960 já se passaram 40/50 anos. Estamos vivendo
o futuro como presente (pela ótica dos sessentistas), e o mundo está melhor? Vivemos,
por um acaso, numa sociedade melhor, mais livre e amorosa como sonhado pelos
hippies? Vivemos numa sociedade mais justa como sonhado pelos estudantes de
Paris em 1968? A resposta é um estrondoso e retumbante: NÃO!
Vivemos hoje
na mesma, pouco mudou nas injustiças do mundo, a única diferença são jovens
mais mal-educados, diria também mais tolos, mais burros e alienados da mesma
forma, contudo igualmente rebeldes, mas sem causa, ou mesmo preocupação em ter
uma, sem se preocupar com o futuro e sem conhecer os Beatles.
Parece que
essa foi a única mudança que aconteceu, os costumes continuam os mesmos. A diferença
é que a outrora nova rebeldia se institucionalizou e virou o velho de sempre. Afinal
Mick Jagger, Paul McCartney e Pete Townsend já são avôs.
O velho
continua velho e os novos não têm mais pelo que lutar ou mudar (...é o que
acham...).
E os jovens
se preocupam em modificar o mundo para torna-lo melhor? Não! Estão ocupados
demais em atualizar o perfil do Facebook...
Pequenas
mudanças...tão pontuais...Há pouca coisa nova nessa aurora de século XXI,
tirando certos avanços tecnológicos, os costumes estão os mesmos, e os rebeldes
vazios, e o mundo na mesma.
Tenho saudade do que não vivenciei nos anos 1960,
afinal eu só vim a nascer na década seguinte, mas o frescor de renovação daqueles anos fazem falta...até hoje...