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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Ayrton Senna salvou a brasilidade


Ah…..o Facebook, a Caixa de Pandora moderna, a fruta deglutida e cuspida da Árvore do Conhecimento no Éden, a vitrine da bestialidade humana….tanta coisa ruim assim numa rede social, pois sim, uma vez sob a capa singela de rede social, frustrados e psicopatas escondidos em teclados ou telas de touchscreen mostram suas garras, pontas de lança de DeepWeb, o que há de mais macabro na “inteligência” humana.

O Facebook se tornou uma das maiores fontes de informação, desbancando os Blogs e Sites de notícia, que antes desbancara a imprensa tradicional “escrita, falada e televisionada”, nisto constituiria a democratização da informação, tanto no acesso, como na feitura, por outro lado virou um caldeirão de fakenews e factoides.

Mas se é tão rum assim, ainda se tem boias de salvação, pérolas antes restrita a poucos, joias que jaziam em arquivos mofados analógicos e digitais, coisas que não se podia ver antes, pois pertenciam a grandes corporações mediáticas, e agora, como quase tudo na Internet, podem ser acessadas franqueadamente, como a reprodução daquele maravilhoso quadro de Pablo Picasso, o trailer perdido de um filme soviético, a foto das ruas limpas de Talin, ou aquele incrível e maravilhoso dueto de Tom Jones e Janis Joplin, artes plásticas de Botsuana, música regional da Sérvia, aquele documentário sobre David Bowie, a beleza vintage de Lilian Gish, assistir a uma performance de “Baal” de Bertolt Brecht, as fotos históricas de Cazuza ao lado de Supla e Nelson Motta, ou mesmo Marc Bolan, Elton John e Rod Stewart no mesmo cenário, os clips perdidos da eterna Elis Regina, os poemas de Chico Buarque e Lou Reed, ou mesmo o sucesso quase viral pop do “ateu satanista” tomando um sorvete em Portugal. Dependendo dos grupos a que se estiver inscrito, o Facebook pode desfilar na sua linha do tempo uma espécie de televisão interativa selecionada sob o seu pleno controle.

O Facebook foi o responsável pela morte da minha esperança no processo jurídico-político-civilizatório, ou o resto que sobrou dele para mim. Uma postagem, não importando o grupo, autor , ou mesmo o conteúdo, detonando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentre outras tantas, esta, em específico, pela sua virulência e de ir de onde veio, me passou a maior contundência. Como se comprazer com a detenção alheia, quando a sentença condenatória é EVIDENTEMENTE parcial? Como se comprazer com o cárcere alheio, quando a causa da prisão é somente antipatia e preconceito, nada de prova, nada de culpa?

Junto com a morte da minha esperança no processo jurídico-político-civilizatório, sobreveio um estado de coma do meu amor pela brasilidade, que tendia a ser um como permanente sobrevindo da morte, e eu engrossaria o coro de tantos e tantos brasileiros com complexo de viralatas, e dizer ‘O BRASIL NÃO TEM MAIS JEITO’, o mundo não teria mais jeito, afinal quem aceita uma justiça injusta como justa?

….quem aceita uma justiça injusta como justa? Que indagação mais infantil! Eu estava quase aceitando isto como fato consumado, uma dor forte no processo de amadurecimento.

Luiz Inácio Lula da Silva não está preso por corrupção, não está preso pelo triplex no Guarujá, nem pelo sítio em Atibaia, ele está preso por que é nordestino, já foi pobre, tem a língua presa, é feio, etc., ele está preso nem por coluio com Construtoras, mas pelos programas sociais, ele está preso não por desfalque ou desvio na Petrobras, mas sim pela subida social de gente humilde, emergentes viajando de avião, comprando casa e carro, e sobretudo ele está preso por ousar falar pelo Brasil em pé de igualdade com os grandes lideres mundiais, justamente ele, um outrora um “lascado na vida”. A prisão de Lula é unicamente por razões ELITISTAS….e não dá pra uma pessoa com mínimo senso de justiça (….e eu procuro ser uma pessoa assim) aceitar isso como normal.

Daí vem o fantasma da princesa Carlota Joaquina (aquela que disse que dessa maldita terra brasileira não levaria nem o pó) me cochichar ao ouvido: “….essas merdas só acontecem no Brasil” ou o mais grave de tudo “o Brasil não tem mais jeito, nunca teve”, ou pior “….deixa essa merda se explodir, não tem conserto….”

Eis que, passeando pelos canais da TV, dei de cara com um documentário sobre a vida de Ayrton Senna, e ver as imagens daquele homem, naqueles anos 1990/1980, empunhando orgulhosamente a bandeira brasileira, me deu uma sobrevida ao meu orgulho da brasilidade, suficiente para tirá-la do coma, o Brasil é grande, muito maior que as sandices de Jair Bolsonaro, a ambição mercadológica de Paulo Guedes, os devaneios aritméticos de Abraham Weintraub, o viralatismo diplomático de Ernesto Araujo, os espasmos esquizofrênicos de Damares Alves, muito, muito, muito maior que a parcialidade, a ambição mal disfarçada de Hamilton Mourão, o cinismo seboso traidor e maucaratismo de um sujeito asqueroso como é o tal sérgio moro e sua pupila Gabriela Hardt, o fedor intrínseco de Thompson Flores, João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen, ou Vitor Luiz dos Santos Laus, a boçalidade de Gilmar Mendes, ou Dias Toffoli, ou Luiz Fux, a ingratidão de Joaquim Barbosa, ou Carmen Lúcia, as astrologias escatológicas de Olavo de Carvalho, a pseudo-integridade de Deltan Dallagnol, o falso moralismo dos patos da FIESP, e as dancinhas ridículas de gente besta e abobalhada com camisa da CBF, maior que todos os protagonismos dessa crise, resultante do Golpe institucional que derrubou Dilma Rousseff, e trouxe o caos e o proto fascismo à nossa terra, maior que os irmãos Bolsonaro, ou os irmãos Marinho. O Brasil é maior que sua elite mesquinha (...e ranzinza, como dizia Darcy Ribeiro), é maior que seu empresariado, ora megalomano, ora preguiçoso, representando num Luciano Hang ou Joesley Batista, ou Eike Batista, ou Flávio Rocha, ou Leo Pinheiro ou Marcelo Odebrecht. O Brasil é maior até mesmo que Lula, é maior João Amoedo, Henrique Meirelles, Guilherme Boulos, Ciro Gomes ou Fernando Haddad, é maior que Onyx Lorenzoni ou Romero Jucá, é maior que Marcia Tiburi ou Jean Wyllys, é muito maior do que eu ou você, o Brasil é a maior nação do mundo!

Como aquelas velhas imagens desbotas de arquivos mostrando Senna balançando a bandeira nacional em Interlagos me trouxe tanta veemência nesta assertiva? Ver Ayrton Senna entregar-se tão obstinadamente no seu mister, destacar-se tão veementemente entre tantos outros poucos terráqueos a enveredar no estranho esporte da Formula 1 (….numa época em que a relação homem/máquina era mais intensa, mais efusiva e até mais efetiva, com certeza menos política e gananciosa, como também sem graça, como é hoje), é de encher de júbilo … principalmente no desenvolver do referido documentário, contrapondo os sofrimentos da população brasileira mais pobre naquela época, ao fato de um brasileiro empunhar a bandeira verde e amarela nossa no esporte mais capitalista do mundo, resgatando assim um pouco, um pouquinho, da combalida auto-estima tupiniquim.
Já fui apreciador da Formula 1 (...não sou mais…) e boa parte das cenas mostradas no documentário, incluindo a do acidente que vitimou Ayrton, eu assisti ao vivo. Mas naquela época eu não dei a dimensão nacionalista que percebi hoje em 2019. Foi preciso, vinte e tantos anos, dois governos neoliberais, privataria, ascensão e queda (trágica) de um lider popular, um Golpe parlamentar e a ascensão de um lider fascistóide, vira-lata, ignobil que usurpou o Brasil e o sonho da integridade na política em milhões de brasileiros, pra perceber, a dimensão semiótica e simbólica que representou a imagem de Ayrton Senna, dando a volta final, depois da bandeirada, e subindo ao pódio com o nosso “pendão da esperança”, nosso “símbolo augusto da paz”. Perceber, enfim, que o nosso Brasil é de fato gigante, não só territorialmente, mas essencialmente, pois é do tamanho do seu povo, taõ bem representado, na obstinação de um piloto de corrida.

Eu não sou ingênuo em colocar Ayrton Senna em um Panteão, ou elevá-lo a condição de santo, ou algo que o valha, talvez poderia inclui-lo como um heroi ou grande caráter do símbolo nacional, mas não num nível de D. Pedro I, um Joaquim José da Silva Xavier, um Juscelino Kubitschek, mas com certeza acima de um Pelé (bem acima…), ou um Marechal Deodoro da Fonseca (outro golpista da História).

Senna era um empregado de multinacionais, e ganhava muito dinheiro por isso. É de se pensar se aquele braço de suspensão do seu carro tivesse caido um pouco acima, ou um pouco abaixo de sua cabeça, e se ele tivesse sobrevivido, se não faria propaganda institucional para o governo Fernando Henrique Cardoso, ou pedindo voto para Aécio Neves, ou mesmo ao lado dos artistas globais, pedindo moralidade (falsa) nos protestos de 2014, afinal, ele é filho e fruto da fina-flor da elite paulistana. Por outro lado, sabendo das vultosas quantias que ele destinava para projetos sociais, culminando no seu Instituto Ayrton Senna, não seria difícil imaginá-lo, dando aval ao Fome Zero de Lula, ao lado de Gisele Bündchen, ou fazendo campanha para Marina Silva, ou Marcelo Freixo, ou Eduardo Jorge, ou Heloisa Helena.

Meu filho Rafael Virginio uma fez me perguntou “qual seria a posição política dos seus pais, meus avós, na conjuntura de hoje”… ...é difícil conjecturar, jogando o passado no presente, ou num futuro, afinal o Tempo é uma porra de uma flecha que irremediavelmente só avança para frente, não volta, não volta de jeito nenhum, não faz curva, só corta o espaço/tempo pra diante! E tudo que nos resta são meras, e por vezes estúpidas, conjecturas.

O Brasil e o mundo dos anos 1980 e 1990 eram muito mais fácil de compreender, e até de se viver, tudo era mais fácil, não se tinha tanta informação, não se tinha tanto uso ruim da informação, não se tinha deturpação, era “nós contra eles”, quem era rico ia pra Universidade, comprava livro e disco, e quem era pobre, era pobre, e só. O mundo não era tão multifacetado, não era tão interligado, naõ era tão multipolarisado. É dificil imaginar um Ayrton Senna no Século XXI, como é tão difícil quanto imaginar também um John Lennon no Século XXI.

A única coisa que sei é que a imagem de Ayrton Senna que vi foi a imagem do Brasil. Dramático, extremado, obstinado, único, sem paralelo com qualquer outra nação, trágico, heroico, caricato, porém verdadeiro, destemido...sobretudo apaixonado.

Pode vir fascista, socialista, o escambau…. Pode vir neoliberalismo, privataria…. Pode vir Plano Nacional de Desenvolvimento, 50 anos em 5….Pode vir dilapidação, depois construção…. Pode vir favela, casa de taipa, seca, saques, sertão, pois depois vem a redenção, pois nós brasileiros, somos, O POVO, e antes dos israelenses, SOMOS O POVO ESCOLHIDO!

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

HORIZONTES NO FUTURO FACTÍVEL


Ao longo da História o embate entre o bem e mal permeou as estórias humanas. O perene combate entre a luz e as trevas, o bem contra o mal, o bom em detrimento do ruim, sempre esteve presente, de uma forma ou de outra, na literatura, nas artes, nas fábulas, e até na religião.
Invocando mais uma vez a História, o último e mais dramático exemplo do embate entre o bem e o mal, se deu na II Guerra Mundial. É certo contudo que em uma guerra, qualquer guerra, não há bons ou ruins, e se existe este conceito, depende de quem vença para escrever o relato, mas abstraindo esse ‘detalhe’, em poucas vezes um confronto traduziu tão bem a luta entre as luzes e as trevas. As democracias ocidentais, lideradas pelos Estados Unidos da América, se uniram a Rússia, então União Soviética, para derrotar o nazifascismo. Capitalismo e comunismo se deram as mãos para peitar um inimigo comum, muito maior, representando tudo que há de pior, mais nefasto e abjeto, no espírito humano, e que o digam os 6 milhões de judeus sistematicamente assassinados nos campos de concentração, só para citar o exemplo mais patente.
Na disputa eleitoral de 2018, mais do que nunca, fica claro o embate entre bem e mal. De um lado temos Haddad, o bom moço, o cara estudioso, que curte rock, e que virou professor universitário, educado, cortes, voz mansa, tranquila, casado com a mesma mulher há quase 30 anos, filhos gentis e “low profile”. Do outro temos Bolsonaro, militar reformado, estilo fanfarrão, fala alto, grita, brande o indicador como o cano de uma arma, três casamentos nas costas, todos os filhos metidos na política, pelas mãos dele.
De um eventual governo Haddad, infelizmente distante, não se espera grandes percalços, retomada de políticas sociais, no campo externo fortalecimento do BRICS, Haddad seria uma grande presidente, discreto e eficiente, tecnicamente irrepreensível.
De Bolsonaro espera-se o oposto, zero em políticas sociais, perseguição e esvaziamento de direitos das minorias e marginalizados, privatizações a toque de caixa, estado mínimo, bem abaixo do necessário, no campo externo, total submissão aos interesses dos EUA. Há quem diga que o ‘sucesso’ de Bolsonaro é a autoridade que ele e seu discurso impõem, principalmente para uma classe média alienada, uma elite descompromissada com o país, e um povo acostumado a ser tangido feito gado, esse é o perfil em cada ‘classe social’ que vê em Bolsonaro um mito: o alienado de classe média, o rico que despreza o Brasil e o pobre que vai pra onde mandar que vá (repetindo só pra frisar!).
Mas a verdade é que Bolsonaro é um fascista, no que de pior que o fascismo pode representar, um fascistóide! E nem venham seus pequeninos bolsominions rebater que são frases tiradas do contexto, pois foram frases ditas por ele mesmo (podem checar, está na internet, que facilidade da vida moderna é um computador conectado): “eu sou favorável a tortura”, “no voto não se muda nada nesse país”, “temos que partir para uma guerra civil e fazer o que os militares não fizeram, matando uns 30 mil, pode morrer inocente, mas eu não tô nem ai não”, “temos que metralhar a Rocinha”, “vou banir esses vermelhos do país, ou é cadeia ou exílio” . Isso só meros exemplos do que esse sujeito já disse. Se isso não for fascismo, não sei mais o que pode ser.
E é pra um sujeito desses que a gente está dando a presidência do país, ele ainda sinalizou tirar o Brasil do acordo de Paris, que trata da prevenção as mudanças climáticas, aumentar a exploração da Amazônia, cassar os direitos dos indígenas e quilombolas (os novos judeus?), uma tragédia ambiental e humana, se hoje a Floresta Amazônica está sendo devastada e índios estão sendo brutalmente assassinados e dizimados, o que dirá se a prática for até incentivada por um governo, chacinas oficiais à vista.
Pois bem, todos sabem, até mesmo os seus mais ardorosos fãs, do pouco apreço de Bolsonaro tem com as instituições, não me admiraria se no curso do seu mandado, ele replique os Atos Institucionais ( os famosos A.I.’s da ditadura), não me admiraria se em pouco tempo, ele fechasse o Congresso e governasse mediante Decretos (como ‘bom’ ditador), não me admiraria se, em nome da segurança pública, fosse extinto o direito ao Habeas Corpus, não me admiraria se houvesse uma intervenção o Poder Judiciário. Censura as artes, a imprensa e a internet
E na cronologia clássica da ascensão de um fascista, não é difícil imaginar Bolsonaro ‘derrogando’ a Constituição de 1988 e outorgando uma nova constituição, sem constituintes, só de “notáveis”, abolindo cláusulas pétreas, direitos sociais e até individuais, acabando a Federação, extinguindo os governos estaduais e municipais, e ilegalizando, igualmente os símbolos estaduais e municipais, centralizando tudo em torno do governo central e sua volta, teríamos um ‘bolsonarismo’ um culto a figura do líder que guia o povo com mãos de ferro, um “Heil Bolsonaro!” braço erguido, só que invés da mão em riste, teríamos um indicador apontado, que nem um cano de revólver.
Na constituição bolsonariana será permitida a reeleição indefinidamente, quando ele morrer, já velho e caquético, assumirá um dos seus filhos, uma autêntica ditadura hereditária, no pior estilo do que foi os Duvalier no Haiti, os Saad na Síria.
Nesse futuro próximo remoto, o Brasil será uma terra devastada, sem indústrias, tudo dominado por empresas estrangeiras. As plantações verdejantes do sul e sudeste darão lugar a um deserto, pois a destruição da Amazônia e do Cerrado não facilitarão as chuvas.
O Brasil será uma distopia ‘a la Mad Max’, pior, com um povo lobotomizado, relativizando o sofrimento, acreditando no líder forte e centralizador, um “Messias”
O Brasil será uma terra devastada, com exceção de Brasília, não de toda Brasília, mas da área correspondente ao Palácio do Planalto, uma ilhota verde diante do mar ocre e cinza que será o resto do Brasil, lar do clã Bolsonaro
E se uma máquina do tempo jogasse um de 2018 nesse futuro, tal qual ‘De volta para o Futuro’, na indagação inocente de um George McFly: ‘quem é o Presidente do Brasil?’, a resposta seria: ‘ora, é o Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro Neto’

sábado, 4 de fevereiro de 2017

um janeiro para esquecer




Eita que 2017 começou com a corda toda! E quem pensava que as mazelas do ano passado terminariam no réveillon, esse Janeiro já mostra que o ano “promete”!
Tanta coisa aconteceu, tanto acontecimento que foge até da memória. Vamos ao que se destacou mais: uma rebelião no Presídio de Alcaçuz, no Município de Nísia Floresta, mostra a faceta mais frágil de como a segurança pública é neste Estado. Aquela unidade carcerária, na prática foi privatizada, saiu das mãos do governo e foi para os bandidos (uma autêntica privatização!). Duas facções digladiando pelo controle, e coisa chegou tão próximo do absurdo que aqui de fora dos muros frágeis de Alcaçuz (assentadas numa duna de areia! Pasmem!), já tinha até torcida organizada, que nem time de futebol ou escola de samba. “Você torce pro PCC ou pro Sindicato do RN?”. Exageros a parte, aconteceu de tudo: fugas em massa, mortes estúpidas, violência inimaginadamente brutal, decapitações, mutilações, polícia sitiada, povo assustado, e um governador patético (o tal Robinson “Robiín” Farias) completamente perdido e desnorteado na situação, principalmente por culpa de sua incompetência. Eu só quero ver com que cara esse sujeito vai pedir voto para sua reeleição...
Outra de janeiro-2017 que não poderia passar sem menção. O tal do Trump deu início ao seu mandado (ou como os americanos gostam de falar: “inauguração” de sua gestão). O país mais forte militarmente do mundo está nas mãos de um sujeito racista, misógino, egocêntrico e megalômano. Enquanto Barack Obama representava tudo de bom que a América poderia ser, Trump representa tudo de ruim que a América de fato é. O que consola é saber que, se o Brasil tem um idiota golpista na presidência, o tal Temer, os E.U.A. tem na sua presidência alguém muito pior, em todos os sentidos.
 E como não falar do acidente do avião com Teori Zavascki. Estranhíssimo! Não que eu queira integrar o coro dos formulam teorias da conspiração, afinal acidentes acontecem todos os dias, seja de carro, moto ou avião. Mas é no mínimo para se ficar com uma pulga atrás da orelha, nas vésperas da homologação das mais bombásticas delações, justamente o seu relator vir a óbito de uma forma tão estranha e violenta. E antes que alguém já comece a pensar em botar a culpa no PT, como eu já vi por aí, ressalto que na lista não está o nome de Dilma Rousseff, muito menos o de Luiz Inácio. Por outro lado, está na lista o nome Temer, da cúpula do PMDB, do presidente da Câmara e do Senado, de Aécio Neves, José Serra  e  de meia Brasília inteira.
Por fim, o fato mais triste, o falecimento de Marisa Letícia Lula da Silva. Não só pelo fato em si, nem por eventuais pressões midiáticas que poderiam ter agravado o seu AVC, mas sim por ver vários, inúmeras manifestações, principalmente nas redes sociais, de pessoas que se julgam, se acham “gente de bem”, comemorando sua morte. Como se pode comemorar a morte de alguém? Como se pode ter um sorriso no rosto diante do sofrimento do outro? Isso é a essência pura do mau-caratismo! Só perde para expressão máxima da canalhice, que é uma ‘médica’ vazar para imprensa um prontuário (uma tal de Gabriela Munhoz fez isso), ou pior, um ‘médico’ sugerir um assassinato por meio de um procedimento cirúrgico ( um tal canalha escroto chamado Richam Faissal Ellakkis fez isso).
Por outro lado, eu não deveria ficar tão espantado com isso, afinal o médico brasileiro vê no paciente um cifrão, ao invés de ver uma pessoa que sofre e tem sentimentos.
Tem aqui em Currais Novos um cidadão que, nos tempos que Dilma ainda era presidente, quando me via nas ruas gritava, com raiva e ironia, se dirigindo a mim com algo tipo: “o Brasil vai bem com esse socialismo...”, ou “o mar de lama desse governo...” ou algo que o valha. Eu, constrangido, silenciava, afinal eu não iria sair gritando debate político no meio da rua. Pois bem, eu já vi esse cidadão várias na rua, depois do “impitiman tabajara”, e confesso que tenho vontade de retrucar em voz alta: “o Brasil vai bem com esse neoliberalismo...”, ou “o mar de lama desse governo...” ou algo que o valha. Mas eu preferiria me silenciar, afinal ele não tem culpa, pois ele, assim como a maior parte da opinião pública que vociferou ódio ao governo anterior e silencia no governo atual, ele usa como fonte de informação a Globo e suas empresas. As Organizações Globo são a excrescência máxima do jornalismo, tudo que o jornalismo tem de pior (ou seria jornalixo), e para completar o seu desserviço à nação, agora joga brasileiro contra brasileiro.  

quinta-feira, 28 de abril de 2016

A MOÇA CEGA



Não existe nada mais perigoso do que uma mulher cega segurando uma espada afiada e pesada.
 Ela não vê por onde anda, precisa ser conduzida. A espada é pesada demais para seus delicados braços femininos, consequentemente o fio daquela lâmina pode atingir a qualquer um.
Talvez, nisso consiste o significado subliminar da simbologia da deusa Themis, na mitologia do panteão divino grego antigo. Aliás, cumpre ressaltar que as primeiras representações de Themis na Grécia, ela não usava venda, nem era cega, ela tinha a espada e a balança, mas também tinha os olhos bem abertos.
Mas ai os romanos se apropriaram dos deuses helênicos, Themis virou Justitia (daí veio a palavra justiça), ela ‘do nada’ ganhou uma venda nos olhos, “a justiça é cega”, portanto precisa ser conduzida por pessoas sábias, para saber desvia-la dos obstáculos e levar por boas veredas, essa é a essência do mito, além do que por sua venda, ela não faria diferença entre as pessoas, atingiria com sua espada qualquer um, rico ou pobre, homem ou mulher, talvez seja essa a característica mais sublime, ou a mais nefasta.
Como eu disse, a moça é cega, ela não sabe para onde vai, ela brada sua espada no ar e não tem a mínima ideia se vai bater ou não em alguém, ou mesmo se esse alguém a quem eventualmente bateria merece ou não levar uma lapada daquela lâmina afiada. Quem tiver a chance de lhe pegar no braço é quem pode conduzi-la, para o lado bom ou para o lado ruim.
Certa vez eu presenciei um jovem senhor, deficiente visual, tentando atravessar a rua, num dos cruzamentos da cidade. Ele passou bons minutos plantado na esquina, numa expressão corporal como que de pedindo ajuda.. De longe vi a cena e me aproximei para ajudar, mas antes que eu chegasse, uma outra pessoa veio e o pegou pelo braço. Voltei pro meu caminho, afinal outro bom samaritano apareceu e fez o que eu ira fazer. Mas daí pensei, e se aquele sujeito não fosse exatamente um bom samaritano? E se ele fosse um “cabra ruim”, um mal intencionado? E se ao invés de levá-lo par o outro lado, o levassem para uma área baldia espancasse o pobre cego  e levado todos os seus pertences?! Ou então o deixado no meio da rua, dizendo estar na calçada, e aguardar sadicamente enquanto ver o mesmo  ser atropelado?! Voltei para traz no meu devaneio pessimista, mas felizmente o cidadão levou o jovem senhor cego para o outro lado da rua, “ainda bem”, respirei aliviado.
Mas com a jovem sexy com a espada na mão não tem a mesma graça, mais e mais, assim como no passado e talvez no futuro, quem tem segurado o braço dela, seriam pessoas no mínimo indignas de fazê-lo. Sorte de quem chegou primeiro para ajudar a “atravessar a rua”? Não necessariamente! Muitas vezes dinheiro! Influência política (decorrente do dinheiro)! Castas, sobrenomes, linhagens hereditárias (mais uma vez dinheiro)! Propósitos estes ou aqueles  (adivinha? Dinheiro!).
Mas e a Justiça? Bem, como eu disse a moça é cega, ela está conduzida por quem chegou perto dela, ela não vê aonde ou em quem sua espada pesada vai atingir, aliás, ela nem vê quem a conduz.

sexta-feira, 11 de março de 2016

I surrender



Que triplex que nada! Quem vai querer um apartamento num balneário ‘véi e fulero’ que nem o Guarujá? No Guarujá só tem praia de pobre, de farofeiro, orla suja e degradada. No Estado de São Paulo, os ricos vão pra Ilhabela, ou Maresias, orlas de gente fina, elegante. Guarujá não, o Guarujá é para o povão, para classe média baixa, metalúrgicos, comerciários. Tem prédio bonito lá? Óbvio que tem. Não tão imponentes quanto os de Ponta Negra (Natal/RN) ou Cabo Branco (João Pessoa/PB), mas tem, afinal, a classe “b” e “c”, andava bem capitalizada.
Então a celeuma do momento é um triplex no Guarujá. Qual seria o problema? O fato da sua reforma ter sido supostamente bancada por uma empreiteira? Não, nada disso. O problema é a localização: Guarujá/SP, simplório demais, pobre demais, sem estilo. Apartamento de “político chique”, acostumado a mexer no erário, com “autorização divinal e secular” de ter para si a coisa pública, tem que ser em Miami (Agripino) ou em Paris (FHC), ou quem sabe, um requintado chalé no sopé dos Alpes na Suíça (Eduardo cunha), e por ai vai. Eles podem.
Cansei de ver e ouvir esse papo coxinha de dizer “eles roubam faz anos”, gerações, décadas, a cara lisa de pau, passando de pai, para filho, para neto. Mas o PT não.
A impressão que se tem quando se vê uma Veja ou assiste um Jornal Nacional é que o PT foi quem instaurou a corrupção no país, o clássico “nunca se roubou tanto”. Antes o país era governado por gente proba, integra. É melhor acreditar em fadas viajando em disco voador do que em tal balela.
Eles podem. Eles têm autorização cartorária, hereditária, para fazer o que bem quiserem, sem serem perturbados por juízes narcisistas e desequilibrados que nem Sérgio Moro. Eles podem, pois é comum, é normal, bem típico desse país cujos poderes são tomados por DOUTORES SEM DOUTORADO.
O principal crime de Lula não foi favorecer empreiteiras, mas sim ser um sujeito comum, nordestino autêntico, pernambucano, retirante, sem estirpe, sem herança cartorária, que se atreveu a passar a linha entre os que podem e os que não podem, dos que dizerem “sim senhor” para os que se acham “seu doutor”. Isso no Brasil é um crime muito grave, tão grave quanto na Índia alguém da casta dos intocáveis se atrever a falar com um nobre.
Quer saber, eu quero mais é que essa história toda se acabe, Lula fique preso e Dilma Rousseff enxotada do poder. Botem um ‘filhinho da mamãe’ cheirando cocaína na presidência. Eu  quero ver mendigos nas ruas, crianças descalças, sujas e perebentas pedindo “uma esmolinha, seu Zé”, enquanto nos estacionamentos das universidades públicas estão repletos de SUVs e carros caros das patricinhas e mauricinhos da classe ‘a’.
Eu quero voltar no tempo, a segunda metade dos anos 1980, o tempo quando o PMDB governou tão bem esse país.
Petrobras? Para que esse país de povo vira-lata quer uma multinacional? Vende essa porra a preço de banana estragada que nem fizeram com Vale, a Embratel,  a Telebras. Fatia ela bem fatiadazinha e ainda joga uma pá de cal em cima só pra acabar de vez.
Pré-sal? Pra que quero essa porcaria? Dá logo essa bosta para Chevron, empresa branca de americanos, eles são ricos e inteligentes, vão saber tirar o máximo de proveito da última grande reserva de petróleo do Planeta Terra. O Brasil não merece isso não, não é digno de ter isso.
Eu quero ver a classe média rindo, sorridente, lendo a Veja e assistindo a Globo, falando mal do  país só por esporte, sonhando com uma viajem a Orlando ou para Londres , querendo imigrar para Portugal ou para o Canadá, enquanto cospe no chão, joga lixo fora da lixeira  e despreza a brasilidade.
Afinal, pobre no Brasil já teve privilégio demais, deve voltar para o seu lugar.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

breves considerações



Uma nuvem de confusão baixa nos cérebros do autodenominados formadores de opinião brasileiros. A intelignência das grandes cabeças pensantes (conservadoras) do Brasil não sabem mais o que fazer.
O Supremo (STF) barrou, por enquanto, o golpe paraguayo que a direita através daquele homem “íntegro” chamado eduardo cunha tentou capitanear ( e quando se fala “golpe paraguaio” não é uma ofensa ou ‘pejoralização’ ao Paraguai, mas sim, a utilização e manipulação de instrumentos institucionais, associados a propaganda negativa feita por uma mídia venal, que manipulando uma classe média falsamente letrada e instruída, tudo para destituir um governo democraticamente eleito, já que as forças armadas não querem mais dar a cara a tapa como antes, isso deu certo lá Paraguay quando derrubaram do poder o presidente Fernando Lugo, daí a expressão “golpe paraguaio”,  e agora a direita reaça quer isso ao querer derrubar a Presidente Dilma).
Então os ricos, ou quem se acha rico, nesse país, vêm com aquela ladainha chata de novo: “vou embora do Brasil, essa terra nojenta de bandido ladrão  e gente feia e ignorante, e que agora ‘’ta´virando uma Cuba, uma Venezuela, comunista, eu vou pra países civilizados, vou pra Suíça, pra Austrália, pro Reino Unido,pros Estados Unidos da América!” e toda vez que escuto essa besteira, ou melhor BESTEIRA (com letra maiúscula, pra não dizer merda) a primeira coisa que quero perguntar: vai comprar a passagem quando? Vá com Deus! E não olhe pra trás pois senão vai virar estátua de sal. Mas antes faça um papel de otário e bata uma panela.
É o que sempre digo, a elite e a classe média não gostam do Brasil, e o governo atual é só mais um pretexto pra reafirmar que não gosta, aliás, independente de quem seja, ou venha a ser o presidente, seja FHC, Lula, aécio, ou até mesmo Bolsonaro, vão dizer sempre a mesma asneira “vou embora do Brasil, essa terra nojenta de bandido ladrão  e gente feia”. Para a elite, e para os que se acham ricos, a classe média, esse ódio à brasilidade vem desde os tempos da Princesa Carlota Joaquina (aquela que disse:dessa terra maldita não quero nem o pó), isso está gravado, incrustado, perenizado no DNA dos brasileiros abusados.
Rodrigo Constantino já disse: “prefiro lavar vaso sanitário em Miami do que viver nesse país governado pelo PT”. O que dizer pra uma pessoa dessa? Posso usar todos os argumentos válidos do mundo, ela não vai escutar.
E a Globo ainda insiste em por lenha na fogueira noticiando diuturnamente “o quadro de instabilidade criado pelo governo”, mesmo estando patente que quem engessa o país é todo esse debate infrutífero e falacioso de moralistas de meia-tijela.
Agora o desprezo pela nacionalidade vem agravado ao ódio e a cegueira política. “Ser de Esquerda é coisa de pobre” já diz um amigo meu e completa “vou pra Suíça”.
Se que esses que vão, ou querem ir pra fora, vão quebrar a cara, e sonhar voltar pra Pindorama. Todos os grandes estão geridos atualmente por aqueles que se fosse no Brasil seriam tudo por pro-Cuba.