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domingo, 20 de março de 2011

Apocalipse nosso Apocalipse

Há um tempo escrevi um texto sobre a derrubada de algarobas na entrada da cidade de Acari. Usei isto como um “starter” para mostrar minha indignação de anos com o descaso geral do ser humano ante o meio ambiente. Falei de florestas derrubadas, mares poluídos, findando com o lixo espacial produzido pelas grandes potências que findará por cair em nossas cabeças tais quais meteoritos.

Pois é, anos se passaram e nade de fato parece mudar. E como diria o escritor bengalês Chandrok Barauoang “não há nada mais triste a um escritor do que a certeza de não poder mudar a realidade”, e mais uma vez venho com a velha cantilena que devemos proteger o meio ambiente e parar imediatamente de agredi-lo.

Desta vez não vou tão longe não, pois algarobeiras que foram estupidamente derribadas estavam (digo estavam, pois não estão mais lá) na entrada da Mina Brejui. Não sei quem foi o “gênio” iluminado que teve a idéia “brilhante” de amputar aquelas árvores, nem sei e nem quero saber o motivo (se é que tem ou teve algum), só lamento perder a vista daquele verde logo na entrada da cidade, que trazia consigo a tênue paisagem de esperança e beleza para o se poderia encontrar em Currais Novos.

Não me conformo com essa estúpida sanha seridoense de não gostar de ver nada verde, qualquer coisinha já logo abatendo, cortando, mutilando, e depois reclamar que a chuva não vem ou que o clima está quente, ora só chove se houver umidade no ar, para haver umidade é necessária a transformação do carbono em oxigênio produzido pela reação da fotossíntese. A ‘aritmética’ é simples sem árvores não há melhoria do clima.

Dois exemplos mostrados a exaustão pela mídia A desgraceira que aconteceu no Japão, com seus terremotos, maremotos e tsunamis, muito além de “previsíveis” movimentos de placas tectônicas, ou as catástrofes no interior do Estado do Rio de Janeiro e no Estado do Paraná, com terríveis enchentes, só mostram o quão pequeno somos ante a fúria da natureza, e se continuarmos agredindo desta forma destemperada, sonsa, ambiciosa, raivosa e contínua, mais cedo ou mais tarde ela, natureza, dá o seu troco pela agressão que nós humanos a levamos, pois ela (a natureza) se deixa agredir placidamente por muito tempo, mas quando estoura, não tem pra ninguém, absolutamente ninguém.

Poderia muito bem fazer um “copiar-colar” naquele texto sobre as alfarrobeiras de Acari, afinal de contas as coisas pouco mudaram desde então, mas temo sofrer do mesmo ressentimento de Chandrok Barauoang.

Temo também que o vaticínio preconizado pelos Astecas e popularizado no filme “2012” de Roland Emmerich, e que prevê o fim do mundo com tanta precisão , seja enfim verdade, e principalmente que o mundo possa mesmo se acabar não necessariamente em 2012, mas em 2013, ou mesmo, quem sabe, amanhã de manhã, e o pior de tudo, o grande causador desse fim trágico do nosso mundo seja nós, seres humanos.

Nós, e somente nós, auto-proclamados racionais Homo Sapiens estamos causando o apocalipse pelo nosso uso predatório e irresponsável dos recursos naturais e, de fato o fim do mundo seja mais um fruto indigesto da raça humana. Os desastres naturais acontecem por nossa causa ... por nossa causa.