Rádio CN Agitos - A rádio sem fronteiras!!!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Protestos? Que protestos?



Pois bem, a poeira assentou, a turbulência passou, a chuva foi embora e o céu voltou a clarear. Isto, antes de tudo, significa que se pode ser mais claro, ter certezas e distinguir os vultos turvos que se exibiam no horizonte.
Durante a realização da Copa das Confederações o Brasil foi palco das mais brutais, violentas manifestações que já foram vistas na nossa história recente. Patrimônio público destruído, pessoas feridas, e uma noda na imagem do Brasil no exterior (ressaltando que esta imagem nunca foi das melhores antes).
Tudo isso para que? Por quê? E a pergunta que não quer calar: aquilo tudo mudou alguma coisa? Eis a resposta: NADA!
O que se viu foi uma juventude alienada manobrada, despolitizada e pronta para dar uma bodoarda no primeiro conceito civilizatório que aparecesse na frente. Fantasiados com a máscara criada por Alan Moore, não percebiam que eram meros títeres nas mãos de uma elite presunçosa que queria (e ainda quer) desestabilizar uma ordem democraticamente instituída.
É fácil para uma minoria usar de princípios nobres como honestidade e melhoria nos serviços públicos para manobrar uma maioria pouco esclarecida. Isso já foi feito antes, em 1964, uma das motivações do golpe de Estado, foi a falta de prestigio e a reconhecida inaptidão da classe política. Em 1932 a elite paulista levantou a bandeira do constitucionalismo para derrubar Getúlio Vargas e as reformas em prol do povo que findaram a má república café com leite então vigente. 
Nesses “protestos” duas caras se destacaram e lhes deram uma feição (elitista, raivosa, antidemocrática e nada popular, diga-se de passagem): Pierre Ramon, um playboyzinho bombado, estudante de arquitetura que peitou a polícia na tentativa de invasão do prédio da Prefeitura de São Paulo. Ele foi pra cima da segurança como quem vai para uma balada regada a bebidas e anfetaminas, consciência política zero, e ainda queimou a bandeira da cidade e do estado de São Paulo, para depois gritar “queima a do Brasil!”. Carla Dauden, patricinha, estudante de cinema (quantas pessoas você conhece que estuda CINEMA) nos Estados Unidos, ela “bombou” nas redes sociais da internet com vídeo, onde, num inglês perfeito, dizia os motivos para ela não vir à Copa. Claramente  não se ver verdade alguma no que ela dizia, um textozinho decorado, repleto de clichês, pedindo melhorias na saúde pública. Só esclarecendo, nos EUA a saúde não é pública.
Carla e Pierre, jovens, bonitos, bem nutridos, bem instruídos, brancos, ricos. Se se conhecessem formariam um belo casal. Mas com certeza não é a cara do homem e da mulher comum brasileira, não passaram necessidades, não ralam no dia-a-dia para pagar suas contas. Com certeza não nos representa.
Enquanto cartazes de cartolina escritos com caneta Pilot berravam “Moralidade na Administração Pública”, Henrique Alves boçava, viajando num avião da Força Aérea como se fosse um taxi aéreo  (pago pelo contribuinte, eu e você). Enquanto se ouvia o som de gritos de revolta contra os políticos, Joaquim Barbosa assistia aos jogos da seleção no camarote da TV Globo ao lado de Luciano Huck (só lembrando, a família Huck é dona de uma das maiores bancas de advocacia do Sul/Sudeste, não precisa ser inteligente para perceber o resultado dessa troca de favores: lugar privilegiado/julgamentos favoráveis).
Conclusão: o que mudou? Nada! O que vai mudar? Nada! Somente os milhões que serão gastos nas reconstruções do que foi destruído e uma lágrima chorada por uma bandeira brasileira injustamente queimada.