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sábado, 18 de junho de 2011

Made in China

Em 1984, nas Olimpíadas de Los Angeles, as nações sob a órbita de influência da Rússia Soviética não se fizeram presente, como uma reação aos embargos impostos pelos EUA por conta da invasão russo-soviética ao Afeganistão em 1979.

Somente dois países ditos comunistas “furaram” os embargos e tomou parte naqueles jogos, a Romênia e a China, esta última de forma tímida, causando nos americanos muito mais comiseração do que medo.

Lembro-me da edição do Jornal Nacional que noticiou o fim daquela edição dos Jogos Olímpicos de Los Angeles e lembro também da notícia de que o governo de Pequim obrigou aos atletas que tinham ganhado medalha nos jogos forma obrigada a desfilar pelas ruas das principais cidades chinesas ao lado da maior inovação tecnológica chinesa: uma geladeira.

Vi a imagem dos atletas sorridentes acenado para o povo ao lado eletrodoméstico branco, isso aí i despertou comiseração em mim.

Os anos se passaram e na segunda metade década de 1980, tudo foi invadido por uma onda de tesourinhas-chaveiro dobráveis (que tem pra vender até hoje), todo mundo tinha, era engraçadinho e, de certa forma, prático, e mais que isso, tinha aquela ‘aura’ de produto importado.

Depois vieram os anos 1990, e com eles as famosas “lojas 1,99”, que tinham (e ainda tem) de um quase tudo, potes plásticos, mamadeiras, canivetes, porta-retratos, utensílios de cozinha, tudo feito em Hong Kong ou em Shangtsou.

Virada do Século XXI, ano 2011, ligo a TV e vejo propagando dos carros da JAC Motors, nas ruas o que se mais ver são motos da Traxx, os celulares da ZTE tomam consumidores que antes usavam Nokia ou Sony Ericsson, embaixo do teclado que escrevo e do mouse que uso estão lá escritos “Made in China”, e aposto uma grana alta que o do nobre leitor também, pra tudo que lado que se olha tem algo ou algum produto vindo da China.

Antes estigmatizados pela má qualidade (até eu tinha preconceito com produto chinês) hoje eles avançam com produtos de qualidade melhor e com reconhecido preço acessível, inclusive em tecnologias mais refinadas tais como celulares e automóveis.

Uma equação difícil de entender, como um produto que vem do outro lado do mundo, atravessa oceanos e milhares de quilômetros e ainda chega mais barato que um produto feito aqui no nosso quintal?

Hoje a China se projeta como potência efetiva, e já colocou até gente no espaço e se dar ao desfrute de criar um neologismo, ao invés de chamar ‘astronauta’ como os americanos, ou ‘cosmonauta’ como os russos, os chineses usam a palavra “taikonauta”.

Mas o “x” da questão não é esse. Como um país pode ter crescido tanto em menos de 30 anos? De simples geladeira e tesourinhas-chaveiro até automóveis e celulares? De um país que só plantava arroz, hoje coloca seres humanos no espaço sideral?

Creio que nós do Brasil temos muito mais a aprender com China do que com qualquer outro país do mundo.