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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

o Brasil é maior que um timeco




O dia 08/07/2014 estava diferente, aliás, desde manhãzinha foi um dia diferente, uma terça-feira com cara e jeito de sábado, havia um certo que diferente no ar, esquisito, havia tensão, o oxigênio estava pesado, com partículas imaginárias de enxofre, estava-se com o coração na mão, uma apreensão geral, misturada com medo e uma latente “voz”, quase onipresente, mas que não vinha, nem saia de nenhuma garganta, contudo falava ao ouvido de cada um:  “...não somos dignos, não merecemos nada, eles são melhores, eles vão vencer, nós somos o suprassumo do extrato do nada...”
E  essa “voz” intermitente  atingia não só os incautos, mesmo os mais otimistas, mesmo aqueles que apostaram alto no seu otimismo do selecionado canarino, ouviram também essa  “voz”.
Essa tal “voz” tinha um nome: “SUBCONCIENTE COLETIVO”, e a frase que ela dizia poderia ser resumida pelo eterno “COMPLEXO DE VIRA-LATAS” que assola a mentalidade brasileira desde quando o Brasil se entende por Brasil.
Então começou o jogo, a emoção fez esquecer tudo. Alegria, júbilo patriótico, fogos e bandeiras tremulantes. Mas de repente um, dois, três, quatro, cinco, seis e SETE gols do selecionado adversário. Tristeza generalizada, decepção total. Esperava-se uma derrota até, mas não tão retumbante. Sete! Sete gols num espaço de tempo relativamente curto.
Eu odeio futebol e depois desse espetáculo patético da “Família Scolari” passei a odiar  ainda mais.
Logo os interessados para tirar proveito da situação. A grande imprensa brasileira, louca para derrubar o governo e restituir o poder para aquelas velhas caras, modos e jeitos da direita sanguessuga e que mostrado um país perto do caos total (muito embora não exista tal caos de fato) ajudou a transformar esse acontecimento esportivo num gesto de comoção nacional.
a derrota mais mostrada quase como uma desastre. Nem se estivéssemos numa guerra e ainda a perdido, geraria tanta comoção.
Por anos e anos, o patriotismo brasileiro foi invariavelmente associado ao futebol, não adianta o Brasil ter uma história peculiar, uma cultura rica, um música mais rica ainda, um povo multiético e promissor, a gente só lembra de desfraldar bandeiras de quatro em  quatro anos durante a danada de uma copa do mundo de futebol.
Será que para a maior parte do povo, a representação máxima da brasilidade é uma porqueira de uma seleção, com mais ou menos vinte e três cabras semi-alfabetizados? Será que temos só isso pra se orgulhar?
Se a tal seleção vai bem, tudo bem. Se vai mal, vai-se tocar fogo em bandeiras, gritar a pleno pulmões: somos sim vira-latas!
A elite brasileira, preguiçosa e acéfala, adora olhar os Estados Unidos como paradigma de tudo de bom. Então deveria olhar como os americanos se olham enquanto nação. Eles não tem vergonha da sua bandeira (feia que só a ‘bixiga’, se comparada a nossa, por sinal) a estendem a todo o momento. Não tem um único filme o série de TV americanos em que a não a apareça nem que seja de relance. O patriotismo americano é “multidimencional”, não se restringe só a um aspecto.
Se tivermos uma coisa a aprender com eles é que a  nacionalidade, nacionalismo, etc., não é prender só a esporte ou a um jogo, mas se julgar o melhor, mesmo que não se seja de verdade, mas acreditar que se é sempre o melhor.
E o Brasil, enquanto país, é muito maior e  melhor que qualquer timeco de uma esporte besta.