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domingo, 13 de janeiro de 2013

a mais "nova" da elite brazuca



Certa vez precisei de um tipo específico de exame médico. Liguei para o meu plano de saúde e lá me informaram que na especialidade que procurava não tinha nenhum profissional credenciado em Currais Novos, nem em Caicó, só um Natal. Mostra isso que os planos incharam demais, cobra muito dos clientes, repassa pouco aos médicos, a isso acrescentando mais um detalhe: muita, mas muita gente mesmo entrou em algum plano de saúde recentemente, nada  mais justo que os médicos cobrarem deles um valor melhor.

Outra situação, num voo recente à Salvador, o avião da Gol Linhas Aéreas estava tão lotado, que por pouco não vislumbrei passageiros em pé. A imagem grotesca trouxe à mente a memória dos ônibus fétidos da Viação Jardinense, e sua tradicional “qualidade” de serviço, pois o avião além de lotado, estava sujo, mal cuidado, com tripulação abusada e de mau humor, tratando passageiros como lixo, acrescentando um detalhe, também, o número de passageiros no transporte aéreo vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos, e lucro de empresas aéreas também.
Por fim, mais uma situação no programa Entre Aspas do canal GloboNews, no dia 11 de janeiro de 2013, foi discutido a diminuição de mulheres jovens interessadas em ingressar no mercado de trabalho pela via do emprego como doméstica (a popular “empreguete”), muito embora tendo ainda o Brasil cerca de 6 milhões de mulheres nesta condição; mas o que chamou a atenção foi o tom de espanto das entrevistadas, todas típicas madames de classe alta diante das “exigências” das domésticas: folga nos fins-de-semana, pagamento de hora extra e carteira assinada.

Estas três situações mostram duas coisas: primeira: a ascensão das classes e o espanto das elites, e pseudo-elites, ao ver seus planos de saúde se transformarem em um “SUS’s pago”, seu transportes aéreos virarem pau-de-arara.

As elites brasileiras estão entre as piores do mundo, sempre teve de tudo e nunca, ou pouco, retribui para a nação. Estava acostumada a ter certos serviços só para ela:  transporte aéreo, assistência médica privada de qualidade etc. Agora com as políticas públicas de inclusão social que ditam a pauta do governo federal nos últimos anos, muita gente que era considerada pobre, passou a viajar de avião e a ter condições de pagar planos de saúde, enfim passou a ter condições de  acesso a produtos e serviços de melhores mas parece que o pais não acompanhou, ou talvez ainda tenha sido pego de surpresa com  essa mudança de paradigma e não se ajustou adequadamente para receber essa massa de novos consumidores ávidos por comprar  e ter o melhor para si.

Ao invés desta elite suja fazer biquinho por ver seus “subalternos” fazendo viagens internacionais ou usando perfume francês, ou ainda ostentando Rolex no pulso, deveriam  recebe-los de braços abertos, pois uma classe média ou média-alta é o primeiro sinal de melhoria civilizatória da nação, tirar gente da extrema pobreza dos cortiços e favelas e coloca-las na condião de sonhar com um mundo melhor e  por fim não ser mais agredida com as consequências do triste quadro da miséria.