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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Parabéns Mr. Obama




Há quatro anos, a vitória de Barack Obama representou um marco histórico sem precedentes na história a grande potência do hemisfério norte, chamada Estados Unidos da América. Além da inevitável quebra de silogismo de ver um homem NEGRO na Casa BRANCA, representou uma quinada nos paradigmas políticos, principalmente numa nação em que alguns de seus estados, até bem pouco tempo, nos anos 1950’s, era crime uma pessoa de cor usar o banheiro, ou ir a um restaurante, ou mesmo andar de ônibus que eram reservados aos ditos brancos.
A confirmação da vitória de Obama para um segundo mandado, no dia 07 de novembro de 2012, já não trazia mais o ar de novidade, ou mudança, muito embora o direitista conservador (e Mórmon) Mitt Romney, com toda a sua herança cultural  branca e anglo-saxã, chegasse a representar, em alguns momentos, uma ameaça, que por sinal não chegou a se concretizar.
A verdade é que Obama representou muito mais que uma mudança. Os E. U.A. e mais notadamente uma boa maioria do povo americano chegou a uma conclusão: os Estados Unidos da América muda, ou se acaba enquanto potência.
O mundo não estava mais disposto a aceitar, pacificamente, o julgo de mais uma potência  branca. Hollywood há muito perdeu o seu poder de hipnotizar plateias, a liberdade vazia não é mais capaz de responder aos graves problemas sociais que o mundo sofre e o Deus pregado e apregoado pelos pastores e missionários do Kansas ou de Idaho  não mais atente as orações dos famitos de Ruanda ou de Burundi. Em suma, os brancos mandaram e desmandaram por anos, chegou a vez de um mulato corrigir, ou pelo menos tentar, endireitar o rumo das coisas.
A América de Obama é outra, é uma América humana, mestiça, com um certo verniz socialista, mais próxima de nós, mais próxima dos brasileiro, e do então chamado terceiro mundo, mais próxima do que deveríamos ser. Mostra que pra ser potência não precisa de sangue branco anglo-saxão, não precisa da eficiência industrial de Ford, nem inventividade Von Branu, ou da dinheirama desenfreada de Rockfeller ou Goldman Sachs, precisa ser só, e tão-somente só, ser humana. Eu a vejo na música de Bruno Mars e na “Soul Sister” do Train. Eu a vejo em Halle Berry (mestiça de branco com negro) e até em Sandra Bullock e Johnny Depp (mestiços de índio americano com branco).
O mundo mudou. O mundo não aceita mais colônias e metrópoles brancas. Os Estados Unidos da América perceberam isto e, para manter sua hegemonia, mudou também.
Parabéns Mr. Obama.







domingo, 4 de novembro de 2012

na contramão destes dias

Nestes dias em que a inclusão consta na ordem do dia é incrível que haja óbices às pessoas portadoras de necessidades especiais para a realização de suas potencialidades.
Minha esposa, a jornalista Fátima Souza, presenciou uma falta gravíssima, quanda realização do ENEM 2012.
UM MISTO DE INCOMPETÊNCIA, MÁ-VONTADE E DESPREPARO, por favor, leiam:

Enem Currais Novos: Despreparo e intransigência
(por Fátima Souza)

Um fato triste marcou, o primeiro dia do ENEM, neste sábado (03), em Currais Novos.

Vencendo todas as barreiras que a vida impôs, a estudante Jamilla Fernandes, que tem paralisia cerebral, luta incansavelmente ultrapassar todas os muros que normalmente faz parte do seu cotidiano. Mas nada, ou ninguém vai lhes tirar a busca na realização dos seus sonhos, entre eles, a de fazer uma faculdade.

Inscrita no Enem 2012, Jamilla foi

surpreendida com o engessamento e a intransigência da organização do concurso, quando praticamente a impossibilitou de fazer a redação. O motivo, não foi permitido que Jamilla tenha o auxílio de um computador, situação que consegue se expressar com mais agilidade. “Ela vai balbuciar as palavras e uma pessoa vai descrever”, taxou Aparecida Silva, coordenadora do Enem na escola Professor Humberto Gama, local onde a estudante faz a prova.

O problema é que a coordenadora não foi verificar na sala, a real capacidade da estudante, que não consegue falar. Mesmo insistindo com as monitoras, Marcia Maria e Diana, que acompanharam Jamilla durante a prova, e confirmaram a impossibilidade de expressão através da fala da estudante, a organização insistiu na decisão, segundo ela, com o aval de José Gomes, coordenador do Enem, no RN.

A mãe de Jamilla, Franssinete Fernandes, ainda insistiu e procurou a coordenadora do Enem no município, Maria Gorete, e ela foi conclusiva: “Não posso fazer nada. A orientação do MEC é receber e aplicar as provas sem questionar, e não adianta entrar em contato com a coordenação estadual, porque ele vai dizer a mesma coisa”.

Maria Gorete, orientou que Franssinete entrasse no site do MEC e tentasse resolver por lá: “Não sei porque botam coordenadores na organização se não sabem resolver nada. Ano passado Jamilla fez o vestibular da Comperve, recebeu todo o apoio e todos os instrumentos que precisava para fazer a prova, eu não quero que ela tenha nenhum tipo de regalia, só que lhe seja respeitado o direito de fazer a prova, afinal ela estudou pra isso. Não sei o que fazem nem a quem recorrer”, desabafa a mãe.

Franssinete disse ainda que quando fez a inscrição da filha, não tinha especificando no formulário quais seriam os instrumentos necessários, só as necessidades que Jamilla tinha. Ao entrar em contato com o 0800, a pessoa que lhe atendeu informou que a necessidade do aluno tem que ser observada e atendida pelo fiscal da sala, e que não poderia dar autorização, naquele momento, para a aquisição do computador. “Tentei falar com antecedência com o pessoal do Enem, mas ninguém me escutou, fico muito triste que a minha filha tenha que passar por isso”.

No próprio site do Inep tem especificando que “em todo o país, 28.295 candidatos ao Enem solicitaram atendimento especial. Essas pessoas vão contar com tempo adicional de 60 minutos, dependendo do tipo e do grau de suas deficiências, que podem levar o candidato a preencher a prova de forma mais lenta. O Inep assegura também aos participantes do Enem, com deficiência ou mobilidade reduzida, o direito de usar "ajudas técnicas", como instrumentos, equipamentos ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a funcionalidade da pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida”.

Jamilla ainda não sabe como vai fazer ou se vai fazer a redação, que acontece neste domingo(4). Ela tem uma espécie de plaqueta que tem o alfabeto inscrito, que levou de casa, e a alternativa seria utilizar esse equipamento, mas o problema que marcar letra por letra vai demorar muito tempo e será muito cansativo para a estudante.

Pra aumentar ainda mais a dificuldade, na cidade não há neste final de semana, um juiz de plantão para tentar uma ordem judicial.

Franssinete e Jamilla já analisam a possibilidade de uma reparação judicial.

sábado, 20 de outubro de 2012

fim da indústria fonográfica. Lamentar ou comemorar?



Fazia tempo que eu queria escrever alguma coisa sobre uma indústria, certo tipo de indústria que num passado recente era poderosa, importante, repletas de empresas multinacionais, onipresente. Uma indústria que ditava moda, induzia tendência, e principalmente faturava milhões e milhões. A  indústria fonográfica.
A indústria do disco, a indústria da música, considerava-se intocável no alto do pináculo dos seus milhões. Cobrava o preço que queria sobre seus produtos, via de regra, não prestigiava o talento de seus contratados, criava ídolos sem critério e dizia às massas o que gostar e ouvir e o que repudiar e desprezar.
Tinham tudo nas mãos, as mentes e os corações de milhões.
Até eu num belo momento, do início do Século XXI, alguns estudantes ianques do Vale do Silício começaram a compartilhar música entre seus computadores, e antes o que abstrato e dependia de papel e vinil para se propagar virou somente mais um dado traduzido por um software de PC. Um mero dado.
Agora você tinha a música ao seu alcance, não precisava mais sair de casa, comprar um disco, voltar para casa e escutar, pois faz isso tudo direto de casa, e melhor, sem gastar absolutamente nada. Pronto, a outrora indústria poderosa sucumbiu diante da rede mundial de computadores.
Mas sempre me faltava algum tipo de informação para concluir este, pois estas informações já são quase que plasmadas na História.
Dizer que o fim da indústria fonográfica representou a democratização do acesso à música já é fato corrente e corriqueiro, como corrente é o fato de afirmar que os artistas da música hoje em dia não mais giram em torno de um disco físico para expor e vender sua obra.
Mas está faltando ainda um dado nesta história toda, e não sei o que é.
Talvez o fato de que tudo tem dois lados, e o fim da indústria do disco, tem um lado bom  representado pela democratização ao acesso do conteúdo, tem um lado ruim, pois aumentou o desgaste dos artistas que amamos, pois hoje eles têm que ralar muito mais para conseguir suas rendas, agora com shows ao invés da venda de seus LP’s, CD’s e DVD’s isso sem falar no efeito colateral representado pelo desemprego.
Confesso que sou um sujeito à moda antiga, música para mim não se resume só ao ato de escutar, mas o sim o de pegar uma capa, ler um encarte, é muito mais táctil, coisas que o meu filho, por exemplo, não iria entender, pois se pode baixar toda e qualquer música, de qualquer lugar e de qualquer estilo, a qualquer hora e direto no seu computador.
Na balança dos pros e dos contras ainda não achei o ponto de equilíbrio com o fim declarado e assumido da indústria fonográfica, ora eu tendo a aplaudir (viva a democratização da cultura, viva o fim dos oligopólios midiáticos!!!), ora eu tendo a lamentar (nostalgia pura e simples, artistas ralando mais e ganhando menos, desemprego de milhares de pessoas).
Talvez seja por isso que eu não tenha conseguido fazer um texto que preste sobre o fim da indústria fonográfica, resumindo-me tão somente  a este mero texto inconclusivo e ruim, mas fato é fato e dele não se pode escapar. O que se pode alterar é a maneira de como se pode abortar tal fato.  
Outra coisa é certa, o fim da indústria do disco representou a ascensão do sucesso dos artistas locais, ou seja sem o fim dos impérios fonográficos dificilmente existiria um Grafith ou um Arrocha ou mesmo um Aviões do Forró.
Resumindo, não sei precisar se a morte da indústria do disco foi boa ou ruim...vou matutar um pouco mais e quem sabe não escreva uma segunda parte deste texto...
E vocês, o que acham?

terça-feira, 7 de agosto de 2012

...e Darcy Ribeiro está certo...


Há certos livros que mudam o curso da vida da gente. Lembro-me quando era garotão abestalhado e alienado li “O Povo Brasileiro” de Darcy Ribeiro. Este livro mudou minha visão do povo brasileiro, me deu uma nova perspectiva da brasilidade, despertando em mim um patriotismo incondicional, um orgulho de pertencer a nacionalidade brasileira e um amor ao Brasil ainda maior.
Diz o compêndio do grande e saudoso humanista Darcy Ribeiro (1922-1997), que o Brasil está fadado a ser potência no mundo, ou a “Nova Roma”, como ele próprio diz, pois nós, brasileiros, somos fruto de um doloroso amálgama que liga o melhor de outros povos mais o  moreno da tropicalidade que se  imporia no mundo não pela força, mas por uma nova maneira de ver a vida, uma jeito mais alegre, descompromissado, por que não dizer, mais leve, humano, sem austeridade e dureza peculiar a todos os impérios que vieram antes.
As Olimpíadas são um evento único. De quatro em quatro anos os países mostram o seu melhor, o que não deixa de ser uma vitrine de suas virtudes. Quem ganha mais, mostra que é superior, mais forte e capaz, demostram que tem um povo completo, com habilidade de se por acima dos demais. O que as delegações de atletas representam um retrato de um povo, de suas vantagens e virtudes, com determinação de vencer e se impor perante os demais povos.
 E assim, mais uma vez, contrariando todas as previsões, todos os investimentos, todas as expectativas o desempenho do Time Brasil foi pífio, aquém até das edições anteriores do evento.
Nossa salada de raças, nosso caldo cultural antropofágico não foi suficientemente competente para bater os outros, dando a impressão que nossas qualidades, tão propaladas por Darcy Ribeiro não são nada a não ser desculpas esparramadas de atletas chorosos. Como queremos nos impor como potência, exportar computadores, navios, carros e helicópteros, se não temos um povo forte o suficiente para vencer uma mera competição de atletismo? Seremos eternamente um povinho de segunda categoria, por não ter competência sequer pra chegar numa categoria intermediária? Somos um sub-povo então?
Sinceramente, minha brasilidade e o meu amor incondicional ao país ficaram seriamente abalado, principalmente sabendo-se que os países do hemisfério norte, em desabalada crise e relativa franca decadência ainda tem pessoas, atletas e desportistas mais fortes, maiores, mais competentes que os nossos, que o nosso molejo brasileiro não passa de um coquetel fútil de moleza e incompetência. E mais uma vez figuramos lá embaixo no quadro de medalhas. Uma posição indigna para com o nosso tamanho e importância geopolítica.
Por que isso? Falta de dinheiro? Falta de investimento? Pra cada R$ 1,00 que se paga nas Loterias da Caixa Econômica Federal, mais ou menos R$ 0,10 vai pra o Comitê Olímpico Brasileiro. Eu aposto na Mega-Sena, mais de uma vez, quase toda semana, então só de minha pessoa o COB leva cerca de R$ 300,00 por ano! O que dirá do que se arrecada de todos os outros brasileiros que gostam de fazer uma fezinha. Se não ganhasse o grande prêmio, pelo menos o dinheiro teria uma justa destinação, pelo menos era o que eu ACHAVA. Isso tudo sem falar na dinheirama que vem da publicidade, dos patrocinadores privados e do “merchand”. Então o problema seria este?  Outros países com até bem menos recursos fizeram mais muito mais.
Pensei em reler “O Povo Brasileiro” em busca de alguma pista, alguma dica que esclarecesse o porquê de sermos tão fracos, tão frouxo, tão sem determinação; pensei em reler em busca de um resgate ao patriotismo e a brasilidade abalados, numa busca por uma justificativa ao nosso jeito mole de ser ainda ter uma chance de vencer nesse mundo de fortes, competentes e competitivos chineses, americanos, russos, japoneses, australianos, jamaicanos, africanos e europeus.
Mas ai me veio à memória a imagem de Sarah Menezes, judoca uma das poucas ganhadoras de ouro, uma indiazinha simpática e tímida vinda do paupérrimo Estado do Piauí que treinava numa academia pobre e suja, mas mesmo assim foi lá e fez bonito, derrotou jogadoras mais bem treinadas, melhor alimentadas e tudo o mais.
Sarah tem a cara do povo do Brasil, um povo sofrido que tira força de onde não tem, não desiste nunca, enquanto nordestina, e com um pouco mais de foco e um empurrãozinho pode chegar lá, e tudo isso sem abrir mão da nossa brasilidade mestiça e do nosso jeito único de ser.
De fato, não preciso reler “O Povo Brasileiro”, pois de uma forma ou de outra ainda somos a “Nova Roma”, só precisamos um pouco mais de foco e força, e acreditar francamente em nós mesmos, e Darcy Ribeiro estava certo!

domingo, 29 de julho de 2012

O nosso melhor


Há quatro anos, quando da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o mundo ficou maravilhado com a grandiosidade, perfeição e pompa daquela festa. Comumente o espetáculo de abertura, muito além de um simples evento, é também um “cartão de visitas” do país, bem como uma amostra de quão poderoso e eficiente pode ser o anfitrião.
Muita gente ao redor do Globo, inclusive eu, pensou que nada, nenhuma outra abertura de Jogos Olímpicos suplantaria ao show majestoso dado pelos chineses. Esperava-se que a abertura dos Jogos de Londres 2012, fosse um espetaculozinho simplório condizente com a condição de potência decadente que hoje é o Reino Unido. Mas não, para surpresa de todos e encantamento pessoal meu, a abertura destes 30º Jogos Olímpicos de Verão . Eficiente, tal qual um relógio, bela, mostrando a quase onipresença de signos culturais britânicos no imaginário dos habitantes do Planeta Terra, deixando claro que em matéria de “soft power” os ingleses são insuperáveis.
Beatles, Stones, James Bond, J.K. Rowling, Chaplin, Mr. Bean, quase  todos  os  ícones pop britânicos do Século XX, além de Shakespeare, sob a batuta segura de Danny Boyle, os bretões mostraram que senão superou, pelo menos igualou aos chineses no show de abertura da Olimpíadas.
Em eventos desta magnitude global midiática, os países mostram o seu melhor e isso nos põe um desafio. Daqui a quatro anos as  Olimpíadas serão aqui no Brasil, mais exatamente no Rio, o mesmo Rio violento em que o Estado capengante tenta retomar os morros após anos e anos de ocupação e desleixo de governos e governantes anteriores.
O que iremos mostrar, qual será o nosso melhor a expor ao Mundo? Teremos a mesma eficiência britânica ou a pompa e vulto chineses? Ou , nós brasileiros, pagaremos o maior mico de todos os tempos?
Estas indagações todas podem ser resumidas numa só: qual o nosso melhor?
Muitos poderão dizer que o brasileiro é desorganizado, ignorante, não respeita as instituições, joga lixo no chão e mija nas calçadas. Muitos poderão ainda dizer que nós jamais passaremos de um povo de segunda categoria, fruto do amálgama do índio preguiçoso, do negro indolente e do português burro e ignóbil. Como poderemos fazer alguma coisa que preste?
Este é o discurso bruto de uma parcela de certos pseudo-intelectuais que não passaram do velho complexo de vira-latas que dominava o subconsciente coletivo geral do nosso povo...
A estes eu digo, o melhor do Brasil é o brasileiro! Não o brasileiro da elite que propala aos quatro ventos os adjetivos preconceituosos que reproduzi no paragrafo acima, mas o brasileiro que vem do povão, os “Ferreira da Silva” da vida. Gente trabalhadora, que acorda cedo e cujo suor, sangue e lágrima sustentam as benesses da elite dominante que em retribuição recebe a virulência verborrágica e preconceituosa que descrevi.
Não é de hoje que digo que o grande problema do Brasil é a sua elite, ou que se acha pertencer a esta elite, pois além de todos os defeitos inerentes a qualquer elite, a brasileira é  preguicenta, má, cruel, papagaiada com forte caráter mandrião. Olha para fora sempre e nunca para dentro, não busca a integração, e com sua arrogância apática exclui e não traz nada de bom ao país.
Se temos uma coisa de verdadeiramente boa a mostrar esta é o povo, o povão brasileiro, com toda sua cor, seu calor. Se temos algo a deletar é a nossa elite.

  

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Ética dos Gregos, o Karma dos Indianos e mais uma praga aos corruptos brasileiros


O conceito de pecado é sabidamente de origem judaico-cristã. Na Grécia Antiga, os gregos desconheciam o que poderia significar a palavra “pecado”, muito pelo contrário, os deuses do panteão grego tinham condutas humanas altamente reprováveis: traiam, sentiam inveja, desejo, tesão, ciúme, enfim tudo aquilo que pode parecer pernicioso. Só lembrando um episódio, Zeus, o mais poderoso dos deuses, tinha por hábito trair sua esposa, a deusa Dione, com humanas terrenas, criando toda uma geração de semi-deuses, tais como Atena, Hércules, Perseu entre vários outros, todos filhos de casos amorosos, a popular pulada de cerca, entre o senhor deus superior do Olimpo e mulheres mortais.
Os gregos não conheciam o “pecado”, mas criaram um conceito muito mais  eficiente para disciplinar a conduta das pessoa, a “ÉTICA”. Diferentemente do pecado, a ética não depende de um ser superior para castigar quem não se enquadra; a ética emana da atitude digna do indivíduo ante a sociedade, é o bom por ser bom, independentemente de eventual má conduta alheia, que poderia ser modificada pelo bom exemplo, levando-se a uma sociedade ideal. Resumindo: o pecado seria “vigiado” de fora pra dentro, já a ética seria de dentro pra fora.
A Índia pode ser conhecida por sua pobreza, mas de lá vieram os conceitos mais refinados  de espiritualidade. Do hinduísmo praticado na Índia veio a ideia de reencarnação e “Karma”, ou seja, o sujeito “paga” numa outra vida, os erros e besteiras que fez nesta.
Quem é corrupto, assim como todo mau caráter ou com desvio de conduta, por definição não tem ética. Quem se apropria do erário em benefício próprio também pouco se lixa pra pecado ou coisa que o valha.
A corrupção e o peculato, venha da Esquerda ou muito mais comumente da Direita, é um gesto essencialmente burro, e cedo ou tarde tende a ter o seu troco.
Aos pecadores resta o Inferno, mas até onde eu sei, não constam nas descrições bíblicas ou dantescas um Inferno apropriadamente ruim aos corruptos.
Resta então o Karma! Imaginemos como será o Karma de quem não respeita a coisa pública. Aqueles que desviaram verbas da saúde, reencarnará doente, pobre, leproso ou canceroso buscará hospitais públicos e não achará. Aquele que desviou ou se apropriou de recursos da educação, voltará com nenhuma capacidade de ler, será caçoada e ludibriado pela vida por causa da sua ignorância e não terá acesso a informação. Os que fraudaram licitação para construção de estradas sofrerão grave acidente que os deixarão inválidos e improdutivos. Os que se apropriam de valores que seriam para a segurança pública, serão vítimas das mais hediondas violências e quando buscar a polícia a encontrará de portas fechadas. Os que compram votos dos desvalidos nas eleições serão punidos com a surdez, a cegueira e não terão voz para representa-los perante terceiros. E aqueles que apropriam do público não terão nada que possam dizer que lhes são privados.
O restante dos castigos deixa a cargo do leitor, o que não faltas são situações em que possamos meter esse tipo de gente que confunde o público com o privado deles.
A grande estupidez de quem rouba a coisa pública é achar que não receberá de volta todo o mal que fez ao se apropriar ao que pertence a sociedade e ao povo, e crer que isto seria um crime menor e sem retribuição devida, ah...mas que vem o troco vem, se não pelo castigo do pecado ou pelo Karma, mas pelo próprio destino.