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domingo, 29 de julho de 2012

O nosso melhor


Há quatro anos, quando da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, o mundo ficou maravilhado com a grandiosidade, perfeição e pompa daquela festa. Comumente o espetáculo de abertura, muito além de um simples evento, é também um “cartão de visitas” do país, bem como uma amostra de quão poderoso e eficiente pode ser o anfitrião.
Muita gente ao redor do Globo, inclusive eu, pensou que nada, nenhuma outra abertura de Jogos Olímpicos suplantaria ao show majestoso dado pelos chineses. Esperava-se que a abertura dos Jogos de Londres 2012, fosse um espetaculozinho simplório condizente com a condição de potência decadente que hoje é o Reino Unido. Mas não, para surpresa de todos e encantamento pessoal meu, a abertura destes 30º Jogos Olímpicos de Verão . Eficiente, tal qual um relógio, bela, mostrando a quase onipresença de signos culturais britânicos no imaginário dos habitantes do Planeta Terra, deixando claro que em matéria de “soft power” os ingleses são insuperáveis.
Beatles, Stones, James Bond, J.K. Rowling, Chaplin, Mr. Bean, quase  todos  os  ícones pop britânicos do Século XX, além de Shakespeare, sob a batuta segura de Danny Boyle, os bretões mostraram que senão superou, pelo menos igualou aos chineses no show de abertura da Olimpíadas.
Em eventos desta magnitude global midiática, os países mostram o seu melhor e isso nos põe um desafio. Daqui a quatro anos as  Olimpíadas serão aqui no Brasil, mais exatamente no Rio, o mesmo Rio violento em que o Estado capengante tenta retomar os morros após anos e anos de ocupação e desleixo de governos e governantes anteriores.
O que iremos mostrar, qual será o nosso melhor a expor ao Mundo? Teremos a mesma eficiência britânica ou a pompa e vulto chineses? Ou , nós brasileiros, pagaremos o maior mico de todos os tempos?
Estas indagações todas podem ser resumidas numa só: qual o nosso melhor?
Muitos poderão dizer que o brasileiro é desorganizado, ignorante, não respeita as instituições, joga lixo no chão e mija nas calçadas. Muitos poderão ainda dizer que nós jamais passaremos de um povo de segunda categoria, fruto do amálgama do índio preguiçoso, do negro indolente e do português burro e ignóbil. Como poderemos fazer alguma coisa que preste?
Este é o discurso bruto de uma parcela de certos pseudo-intelectuais que não passaram do velho complexo de vira-latas que dominava o subconsciente coletivo geral do nosso povo...
A estes eu digo, o melhor do Brasil é o brasileiro! Não o brasileiro da elite que propala aos quatro ventos os adjetivos preconceituosos que reproduzi no paragrafo acima, mas o brasileiro que vem do povão, os “Ferreira da Silva” da vida. Gente trabalhadora, que acorda cedo e cujo suor, sangue e lágrima sustentam as benesses da elite dominante que em retribuição recebe a virulência verborrágica e preconceituosa que descrevi.
Não é de hoje que digo que o grande problema do Brasil é a sua elite, ou que se acha pertencer a esta elite, pois além de todos os defeitos inerentes a qualquer elite, a brasileira é  preguicenta, má, cruel, papagaiada com forte caráter mandrião. Olha para fora sempre e nunca para dentro, não busca a integração, e com sua arrogância apática exclui e não traz nada de bom ao país.
Se temos uma coisa de verdadeiramente boa a mostrar esta é o povo, o povão brasileiro, com toda sua cor, seu calor. Se temos algo a deletar é a nossa elite.