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terça-feira, 23 de abril de 2013

Ode proseada ao futuro




 para Miguel Lorenzo ! ! ! (seja bem-vindo, meu filho)

Que caminhamos para um irremediável  fim, isto é fato. Que este fim é lento e tem uma forte contribuição da mão humana, isto também é fato. Agora, por outro lado, dizer que estas verdades são imutáveis, ah, isto vou discordar.
O futuro e seu “primo-irmão” livre-arbítrio mostram-se com os dois grandes rivais contra as esperanças plantadas pela mão do homem, principalmente nestes dias tumultuados de poluição crescente, derretimento das camadas polares, sem fala na violência urbana nas grandes cidades, alcançando as médias e pequenas cidade, injustiças, gente morrendo a toque de caixa, assassinatos gratuitos, fortuitos, sem causa  nem motivos aparentes, profusão dos mais diversos delitos pautam as notícias de programas jornalísticos popularescos, no melhor estilo “Cidade Alerta”, da vida. Isso tudo sem falar em nível global, descrédito das instituições, falência do estado, falência do capitalismo, uma guerra entre as Coreias prenunciando uma hecatombe nuclear, um prato cheio para os catastrofistas ansiosos por um apocalipse.
Eis que surge uma esperança verdejante que diz um “não” a toda essa amargura escura destes sádicos desesperados que se alimentam da má história. Essa esperança é fácil de achar, pode ser jovem ou ter alguma idade, é só dar uma saidinha na rua e vê-la, com certeza vai achar pelo menos uma, andando devagarzinho, com uma enorme protuberância apontando da barriga, construindo lentamente um novo ser dentro do prazo aproximado de nove meses.
Repudio o uso da primeira pessoa do singular, a individualidade já é grande demais para repeti-la em prosa, mas nesse caso é impossível de expressar sem usá-la. Eu tive a oportunidade única de ver uma criança nascer, e não por acaso esta criança é o meu filho. Vê-lo sair do ventre de minha esposa foi seguramente o momento mais mágico de minha existência! A melodia dos acordes do primeiro choro soou como um tônico revitalizante em minh’alma, todos os anseios, todas as angústias, todas as lagrimas, todas as mágoas, e, sobretudo todas as dúvidas existenciais, não tinham mais como subsistir, a sensação de naquele momento mágico está cercado de anjos e seres e luzes celestiais dissiparam por um instante todo o meu pseudo-racionalismo agnóstico e deixei-me embriagar por flertes divinos de energia positiva. Aquela sala de cirurgia virou um oceano de paz!
Carregar um filho no braço tão logo vê-lo nascer é o sentimento de maior completude que qualquer ser humano pode ter e eu recomendo, recomendo, prescrevo e sugiro a qualquer um que seja susceptível as  falsas mazelas que existem nesse mundo. A criança é como uma tela em branco, nela serão desenhados os caminhos da vida. Com certeza ele vai ver um mundo melhor do que eu vi, do que seus avós viram e do qual seus ancestrais jamais sonhariam. Um mundo com novas tecnologias, novas esperanças, onde doenças fatais podem ser curadas facilmente com novos remédios. Um mundo democrático que não aceita e jamais se curvará aos despotismos pretéritos. Um mundo novo radiante, brilhante, fantasticamente maravilhoso, onde o Homo Sapiens não precise brigar, nem destruir a natureza, mas sim tê-la ao seu lado, preservando-a e amando-a para que ela nos preserve e salve a vida neste pequenino planeta em que vivemos.
De uma coisa estejam certos. Se houver um Deus e se Ele for mesmo misericordioso, jamais vai nos impor um armagedon, ou fim dos tempos, ou qualquer outra coisa que o valha que conste nas Escrituras, pois enquanto houver mulheres grávidas, jamais haverá apocalipse...