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sábado, 9 de outubro de 2010

A Celeuma do Momento

A celeuma do momento, sem sobra de dúvida foi a eleição de Francisco Everardo Oliveira Silva, mais conhecido como Tiririca. Com 1.353.820 votos o palhaço cearense elegeu-se deputado federal no maior colégio eleitoral do país, o Estado de São Paulo. Porém até o momento em que escrevo ‘estas mal traçadas linhas’ (dia 09/10/2010 às 20;00 horas) ainda não um houve um posicionamento da Justiça Eleitoral sobre se o humorista sentará ou não num cadeira na Câmara em Brasília, visto que foi aceito uma representação pondo em dúvida sua alfabetização.
Mas este não é exatamente o “x” da questão, o que levou à debates inflamados e editoriais mais inflamados ainda nos principais meios de comunicação do país é; como um cidadão sem proposta alguma, sem postura, sem ideologia, que aparecia na propaganda eleitoral dizendo piadinha sem graça debochando do eleitoral e dele mesmo, consegue se eleger com mais de um milhão de votos?
O que seria isto? Voto de protesto? Ignorância política? A quantidade assombrosa de 1.353.820 pessoas apertando a tecla verde da urna para ver a foto de Tiririca parece não indicar nem uma coisa, nem outra. É praticamente impossível uma quantidade tão grande de gente que opte pelo voto de protesto, geralmente restrito a meros guetos eleitorais. Também não creio que devemos atribuir essa votação tão expressiva a uma “ignorância política”, pois vários candidatos igualmente caricatos tais como a Mulher Pêra, o pugilista Maguila e o humorista Batoré, não conseguiram se eleger.
Seria o que então? Carisma pessoal? Mas que tipo de carisma teria uma pessoa que usa uma peruca loira de náilon, roupas coloridas e conta piada sem graça? Vou deixar tais questionamentos aos cientistas políticos e ao leitor, caso queria entrar nas brenhas escuras da vontade do eleitorado brasileiro.
Mas uma verdade é maior e irrefutável: o que aconteceu foi fruto da democracia, pois a democracia consiste na vontade da minoria se submeter a vontade da maioria, e se a maioria se identificou com um palhaço semi-alfabetizado sem graça, quem somos nós para dizer que não, deixa então o Tiririca assumir o seu lugar na Câmara sendo sustentado por todos nós com um salário de R$ 16.000,00, mais verbas de gabinete somadas no valor de até R$ 60.000,00, mais auxílio moradia no valor de R$ 3.000,00, mais auxílio ‘passagem aérea’ na bagatela de R$ 4.000,00, mais 13º e (pasmem!) 14 º salário, além de duas férias anuais remuneradas. Tudo isso para ver “Seu” Francisco Everardo Oliveira Silva, brincar de ser deputado, pois não consigo imaginá-lo na tribuna cantando “Florentina”, nem tampouco consigo imaginar que tipo de projeto de lei ele apresentaria.