O desrespeito ao erário e a coisa pública não é algo recente ou não usual
neste país. Muito pelo contrário, é a regra. Enquanto tivermos esta triste
realidade, jamais, eu digo JAMAIS, seremos uma nação forte e respeitável.
Lembremos que a corrupção já foi responsável pelo declínio de vários
impérios ao redor do mundo e através dos tempos...
O escândalo dos precatórios colocou em evidência o Estado do RN no contexto
brasileiro, sendo mais um motivo de grande vergonha pra quem adotou esta terra
como lar, e muito mais para os potiguares honestos de nascença (minoria?).
Se este escândalo tem um rosto, este seria o de Carla Ubarana, não por ter
sido esta quem dele tirou maior proveito, mas sim pelo que foi mais evidenciado
na mídia. A postura de Carla, nada mais é do que a representação da postura de
todos aqueles que fazem questão de confundir o público com o privado em
benefício próprio, especialmente esta elite corrupta de governa este Estado
desde seus tempos de Capitania.
Meu amigo Zandro Feitosa me enviou um excelente texto de autoria de Félix
Jr. Félix que define bem o perfil desta cidadã.
Este é mais um texto que gostaria de ter escrito primeiro,mas infelizmente não
escrevi, e que passo a reproduzir, sem mudar uma vírgula, pois é perfeito e assino embaixo:
Fotos de Félix Jr Félix - Crônica
de um dos maiores jornalistas do RN
sobre Carla Ubarana. Ele a Definiu muito
bem.
Dominar e multiplicar.
Se você deixar, ela domina. Faz questão
de dominar e pronto. Dominou.
Pelo olhar, pelas palavras, pela
arrogância, pela eloquência
> > impulsiva, imperativa. Ela dominou os precatórios, nem pestaneja ao
> > dizer, foi aos mais luxuosos hotéis franceses, enriqueceu, apareceu
na
> > Rede Globo. Ela é fantástica na petulância, amedronta pela caixa
preta
> > que faz questão de aparentar e é novelesca no acinte.
> >
> > Ainda era noite das mães quando se fez celebridade nacional a
ex-chefe
> > do Setor de Precatórios do Tribunal de Justiça do Rio Grande do
Norte,
> > Carla Ubarana. A mulher que detonou um milionário esquema de
corrupção
> > do qual contou usufruir talvez por saber ser esta uma terra de
> > exibicionistas.
> >
> > Milhões foram tungados do meu, do seu, do bolso do caboclo e da
> > cabocla que saem às cinco da manhã de sua casa na Zona Norte para
> > trabalhar no comércio, voltar em ônibus que parecem latas de
sardinha,
> > dar atenção aos filhos e desmaiar em sono comatoso.
> >
> > Caboclos e caboclas de uma aldeia sem segurança, educação e hospitais
> > lotados de velhos e crianças sendo substituídos quando viram
defuntos.
> >
> > Eis a mulher que ingênuos pensavam arrependida. Estava segura de si,
> > como uma Odete Roitman bem-sucedida. Decidida, arrumada, semblante de
> > assustar Hannibal Lecter, aquele do filme O Silêncio dos Inocentes. O
> > olhar do ator Anthony Hopkins, por ficcional, me assustou menos que o
> > aspecto autoritário e calculista da dominadora dos precatórios ao
> > jornalista da Globo.
> >
> > "Eu domino os precatórios". Sua definição, sumária como uma
sentença,
> > quis dizer muito mais para qualquer anotador antiquado e em desuso
> > (meu caso). Ela mandava dizer, ao Brasil, que dominava muito mais do
> > que papéis e cédulas. Como não sou juiz nem repórter metido a usar
> > toga virtual, a Justiça decidirá.
> >
> > A Dominadora dos Precatórios, se demonstrou toda a autossuficiência
> > sob vigilância do Batalhão de Operações Especiais e depois de
> > desmontada pela investigação do Ministério Público, como não terá
> > tratado os seus subordinados, em seu estilo "eu mando, eu posso,
vocês
> > obedecem, tenham juízo?" Imaginem.
> >
> > Nem as imagens da mansão praiana cinematográfica, dos automóveis
> > luxuosos, do dinheiro transformado em papel higiênico, de certo para
> > nos simbolizar como produto do esquema, nada foi tão certeiro quanto
o
> > cinismo da mulher que mandava e ainda parece governar o caso tendo o
> > luxo como objetivo e o lixo de metodologia.
> >
> > Seu vaidoso marido, tão secundarizado e providencial ao catalogar aos
> > promotores, o destino do que foi roubado, parece um pacato obediente.
> > Ela, não. Ela domina.
> >
> > Precatórios que lhe proporcionaram uma vida nababesca de Código
Penal.
> > Tomei um Dramin quando ela terminou de falar. Ela assusta. Se a mim
> > foi assim, imagine a quem deixa transparecer que tem nas mãos sob o
> > medo imposto por aquele olhar transfixante.