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domingo, 5 de janeiro de 2014

o fracasso ronda o Brasil

Há uns dois ou três anos, mais ou menos na época do Natal chegou na cidade um enorme caminhão, como que querendo se fazer como um presente. Na sua lateral estava escrito: “Cinema Mágico, levando cinema para as comunidades remotas do país” (sic). Era patrocinado por uma gigantesca multinacional de produtos de higiene ( e seu indefectível sabonete Antibacteriano).

Até ai, tudo bem, apesar dos pesares, a empresa deve ter 'pensado': “uma cidade com o nome de Currais Novos deve ser um rincão atrasado do país e seus pobres habitantes nunca viram cinema antes”. Mesmo isso sendo extremamente ofensivo aos briosos e orgulhosos habitantes locais, essa se deixa passar, afinal, neste particular tenha uma certa boa intenção por partes deles (muito embora o inferno esteja cheio de boas intenções).

Mas o que me deixou irado, possesso de raiva, naquele momento, foi ver escrito na lateral do caminhão a frase “projeto apoiado pelo Ministério da Cultura”, com certeza tinha verba federal ali, cofinanciado uma propaganda subliminar de uma grande multinacional, sob o pretexto de ajudar a cultura (como todos sabem, cinema é cultura, óbvio), isso seria até justificável, também, se não fosse o filme que eles iam passar: Cinema Mágico DISNEY! Era dinheiro meu, seu, dado de mãos beijadas a uma multinacional de produtos de higiene para comprar filme de outra multinacional do entretenimento, e nem uma, nem a outra, precisavam desse dinheiro, era lucro líquido e certo pra eles. O que revolta, ainda mais, é saber que no Brasil existem excelentes produções de desenhos animados que precisam de apoio e verba em dinheiro para progredir, e ESTAS VERBAS estavam sendo dadas de graça ao estrangeiro.

O que me fez remoer esse mágoa in-apercebido do passado? A súbita constatação de que o Brasil e nós brasileiros fomos e somos fadados a ser um país periférico pelo resto da existência. Jamais seremos um grande “player” nos tabuleiros internacionais. E particularmente me doí constatar isso, principalmente sabendo-se do imenso amor que tenho por esta nação. E nem se empolguem os reaças e neo-reaças de plantão, não mudei minha opinião política, continuo de esquerda (perigoso dizer isto quando fantasmas de golpe de estado rondam por ai), e continuo apoiando o governo e ainda considerando-o o melhor que essa terra já teve. Mas mesmo com tudo isso, parece que a senda do fracasso pavimenta o caminho que trilha o Brasil.

Para ser potência, tem que pensar alto, ser calculista, frio, direto, ambicioso custe o que custar, o Brasil não é assim, aqui é tudo mole, frouxo, prefere soltar grama pra coisas reconhecidas, do que avaliar, até possíveis riscos em empreendimentos mais ousados e porque não até inéditos, mas essencialmente nacionais.

Outro exemplo claro, foi a recente escolha do novo avião de caça da FAB, optou-se pelo modelo mais barato, o Gripen NG (sueco) ao invés de ter pego o modelo mais avançado tecnologicamente o Rafale (francês). Os militares tem visão curta, ou querem ter visão curta, pois quem tem o Pré-Sal e a Floresta Amazônica, deve ser saber que enche de olho gordo por parte dos Estados Unidos da América, e botar, num eventual e hipotético conflito entre as nações, os avançadíssimos F-35 americanos dão uma surra de cambão nos “pé-de-burro” Gripen NG (aviõeszinhos mais baratos).

O empresariado brasileiro não tem ambição, qualquer empresa brasileira que chega a crescer um pouquinho, logo é vendida para corporações internacionais. Vários países do mesmo porte e PIB do Brasil tem inúmeras empresas multinacionais, basta o exemplo da Coreia do Sul, país menor, com riquezas menores tem a Samsung, LG, Daewoo, Hyundai, até a Indonésia e a África do Sul tem empresas multinacionais, já a única empresa multinacional brasileira com êxito no exterior é a Igreja Universal do Reino de Deus...

A Petrobras era a maior petroleira na Bolívia e em Angola, foi destituída desses países, nacionalizada no primeiro e absorvida no segundo, sem a menor cerimônia e não se fez nada para evitar ou mesmo minimizar o prejuízo.

A elite brasileira é preguiçosa, colonizada e corrupta; a classe média é manipulada e perdida; e o povo já sofre demais para se querer lhe colocar qualquer responsabilidade a mais pela falta de êxito do país.

Como eu disse antes, os fantasmas de um golpe de estado já rondam por ai, vários protestos e manifestações “espontâneas” já foram marcados para meados do ano, durante a Copa, com objeto único e precípuo de destabilizar a ordem democrática. E quem está louco para tomar o Planalto de assalto é justamente essa gente pequena, fraca, que prefere babar os ovos dos europeus (mesmo em crise) e dos americanos e que detesta a terra brasileira tal qual Carlota Joaquina. Gente (se é que se pode chamar isso de Gente) que não hesita em queimar, literalmente e de público, a bandeira nacional, e pichar e destruir um Monumento a Zumbi dos Palmares em nome de uma “diarréica” liberdade que não existe. Esse gente criou e cria o caminho que leva o país ao fracasso.