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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

1972

Vira e mexe, meia volta, volta e meia, falo sobre música, e não qualquer música, mas sim o bom e já velho rock ‘n ‘ roll.
Se os últimos tempos desde os anos 1960, no século passado até os dias cibernéticos de hoje tem uma trilha sonora, esta é em ritmo de rock.
O rock é um mundo, tem de tudo e cabe de tudo. Quer romantismo? Que tal Coldplay. Quer catarse? Que tal Van Halen. Quer classicismo? Que tal Yes (dos anos 70). Quer maracatu? Que tal Nação Zumbi; e para aqueles que acreditam que rock é música americana e para alienados, eu digo que ela é muito mais que isso, pois se hoje posso me dizer de esquerda, muito contribuiu as letras politizadas das canções do The Clash.
Em nasci em 1972, presenciei ao longo desses quase 40 últimos anos a ‘evolução’ do rock de música contestadora e de minoria para sua total popularização. Hoje com rock se faz de propaganda de iogurte à hino evangélico ou católico, cantado e berrado por padres e pastores, em nome da evangelização.
Curioso é que não existem grandes roqueiros nascidos em 1972, a maioria dos caras que fazem essa música vigorosa e pulsante ou nasceram antes ou depois deste ano. E olha que 1972 não foi um ano qualquer, os Rolling Stones Lançaram “Exile on Main Street”, o Moody Blues lançavam “A Question of Balance”, Bowie lançava Ziggy Stardust, ou seja álbuns históricos que ajudaram a definir os rumos da música e influenciaram as gerações seguintes.

Aqui no Brasil não ficava atrás não, enquanto Médici governava e desmandava com mão de ferro, as pessoas usavam calças boca de sino e as ruas estavam cheias de Puma GTE, Rita Lee e Raul Seixas lançavam seus primeiros discos solo, Ney Matogrosso rebolava à frente dos Secos & Molhados e os Pholhas cantavam num inglês impecável hits que não deixavam a desejar qualquer banda estrangeira.
Mas se 1972 foi um ano tão icônico para história do rock, por que então não há roqueiros de nome nascidos neste ano? De que eu me lembre só os caras do Green Day e Liam Gallegher nasceram nesse período. Será que todo mundo que veio ao mundo em 1972 optou por profissões prosaicas tais como médico, advogado, engenheiro, funcionário público ou arquiteto entre outras e deixaram o puro som do rock para os vieram antes ou depois? E por que isso me incomoda tanto?
Quem nasceu em 1972 teve sua adolescência nos apáticos anos 1980 quando se deu a já mencionada ‘evolução’ do rock de música contestadora e “proibida” em somente mais um ritmo, ou pior mais um instrumento de marketing que se vende de quase tudo de alimentos aos credos cristãos
Como se pode ser jovem e contestador hoje em dia, se a música jovem e contestadora por excelência já está velha e Pete Townshend e Roger Daltrey tem 65 e 66 anos respectivamente?
Não sei se quando escuto coisas novas (e frescas) como o Restart, por exemplo, se encaro como uma renovação ou uma coisa completamente nova que não o bom e velho rock ‘ n’ roll ao qual me acostumei a gostar. Não sei se fico feliz ou triste.
Só espero que a música da minha adolescência nunca morra, vire o clássico que merece ser e se perpetue... Eternamente.