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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Uma (quase) Ode para o Planeta Kepler 186-f



Exoplanetas. Mundos fora do nosso sistema solar. Quando olhamos para os céus na busca frenética por OVNIs buscamos algo além do mero encantamento de ver um ET. Buscamos a possibilidade de quebrarmos essa nossa solidão cósmica, tocar em objetos e seres que venham de um ambiente totalmente novo, algo que não seja dessa nossa Terra e mostre que a vida pule em todos os recantos do cosmos, ampliando nossas perspectivas ante o infinito da Criação.
Mas OVNIs não existem, pelo menos comprovadamente alienígenas, não. E o negrume do espaço sideral parece negar peremptoriamente que exista vida em outros lugares que não nesse nosso “mundinho azul”. Pelo menos no nosso sistema solar, Mercúrio e Venus são quentes demais; Marte, frio e com atmosfera rarefeita demais, Saturno e Júpiter, gigantes gasosos, nada pode ter lá justamente por serem gasosos; Netuno e Urano, idem. Nada absolutamente nada indica que possa haver vida nas nossas redondezas, pelo menos vida, na forma em que conhecemos.
Eis que aparece Kepler 186-f, um exoplaneta sólido, localizado na zona habitável, aquela que permite a existência de água em forma líquida, imprescindível para propiciar vida (pelo menos vida como a conhecemos, faço questão de frisar mais uma vez), num sistema solar a 500 anos luz do nosso Planeta Terra.
Óbvio que é impossível qualquer forma de contato. E muito menos a confirmação da existência de água líquida na sua superfície e consequentemente confirmação de vida. Mas é absolutamente fascinante, empolgante,  até mesmo excitante a possibilidade que haja um outro lugar nesse espaço infinito em que possa brotar e florescer vida.
E se esta vida evoluir para uma racionalidade? Para uma espiritualidade? Ai sim a empolgação seria ainda maior. E em se supondo que tivéssemos a oportunidade manter contato com essa provável racionalidade alienígena, se por alguma magia tecnológica esses 500 anos luz fossem reduzidos?
Que “humanidade” encontraríamos em Kepler 186-f? Uma com que humilhe e oprima seus semelhantes por causa de posse de bens materiais, classes, castas, nacionalidades? Uma que destrua seu meio-ambiente e leve a extinção outras espécies? Uma que se julgue superior aos demais e as aniquile? Uma que, enfim, não se mostre digna de usufruir de um oásis cósmico, preferindo se consumir de forma irracional e insana?
Se for assim, nada teríamos a perder, pois isto somos nós, pequeninos e patéticos Homo Sapiens que não cuida do nosso “pálido ponto azul” como deveríamos cuidar. Prefiro crer que lá habitem seres excelsos, superiores, melhores moralmente e racionalmente do que nós. Seres que respeitem o meio ambiente e não o destrua em benefício próprio, seres que não oprimam seus semelhantes nem os escravizem, seres que não desmatem, não cacem nem levem a extinção dezenas de espécies a seu bel-prazer.
Prefiro crer que a sanha da racionalidade não seja o suicídio ou a autodestruição, mas sim a evolução em todas as suas formas. Prefiro sonhar que em outros mundos possa haver o paraíso, pois o que há nesse nosso mundo nada mais é do que pequenas amostras do que pode ser um pequenino inferno.