Eita que 2017 começou com a corda
toda! E quem pensava que as mazelas do ano passado terminariam no réveillon,
esse Janeiro já mostra que o ano “promete”!
Tanta coisa aconteceu, tanto
acontecimento que foge até da memória. Vamos ao que se destacou mais: uma
rebelião no Presídio de Alcaçuz, no Município de Nísia Floresta, mostra a
faceta mais frágil de como a segurança pública é neste Estado. Aquela unidade
carcerária, na prática foi privatizada, saiu das mãos do governo e foi para os
bandidos (uma autêntica privatização!). Duas facções digladiando pelo controle,
e coisa chegou tão próximo do absurdo que aqui de fora dos muros frágeis de
Alcaçuz (assentadas numa duna de areia! Pasmem!), já tinha até torcida
organizada, que nem time de futebol ou escola de samba. “Você torce pro PCC ou pro
Sindicato do RN?”. Exageros a parte, aconteceu de tudo: fugas em massa, mortes
estúpidas, violência inimaginadamente brutal, decapitações, mutilações, polícia
sitiada, povo assustado, e um governador patético (o tal Robinson “Robiín”
Farias) completamente perdido e desnorteado na situação, principalmente por culpa
de sua incompetência. Eu só quero ver com que cara esse sujeito vai pedir voto
para sua reeleição...
Outra de janeiro-2017 que não
poderia passar sem menção. O tal do Trump deu início ao seu mandado (ou como os
americanos gostam de falar: “inauguração” de sua gestão). O país mais forte
militarmente do mundo está nas mãos de um sujeito racista, misógino, egocêntrico
e megalômano. Enquanto Barack Obama representava tudo de bom que a América poderia
ser, Trump representa tudo de ruim que a América de fato é. O que
consola é saber que, se o Brasil tem um idiota golpista na presidência, o tal
Temer, os E.U.A. tem na sua presidência alguém muito pior, em todos os sentidos.
E como não falar do acidente do avião com
Teori Zavascki. Estranhíssimo! Não que eu queira integrar o coro dos formulam
teorias da conspiração, afinal acidentes acontecem todos os dias, seja de
carro, moto ou avião. Mas é no mínimo para se ficar com uma pulga atrás da
orelha, nas vésperas da homologação das mais bombásticas delações, justamente o
seu relator vir a óbito de uma forma tão estranha e violenta. E antes que
alguém já comece a pensar em botar a culpa no PT, como eu já vi por aí,
ressalto que na lista não está o nome de Dilma Rousseff, muito menos o de Luiz
Inácio. Por outro lado, está na lista o nome Temer, da cúpula do PMDB, do
presidente da Câmara e do Senado, de Aécio Neves, José Serra e de meia
Brasília inteira.
Por fim, o fato mais triste, o falecimento
de Marisa Letícia Lula da Silva. Não só pelo fato em si, nem por eventuais pressões
midiáticas que poderiam ter agravado o seu AVC, mas sim por ver vários,
inúmeras manifestações, principalmente nas redes sociais, de pessoas que se
julgam, se acham “gente de bem”, comemorando sua morte. Como se pode comemorar
a morte de alguém? Como se pode ter um sorriso no rosto diante do sofrimento do
outro? Isso é a essência pura do mau-caratismo! Só perde para expressão máxima
da canalhice, que é uma ‘médica’ vazar para imprensa um prontuário (uma tal de
Gabriela Munhoz fez isso), ou pior, um ‘médico’ sugerir um assassinato por meio
de um procedimento cirúrgico ( um tal canalha escroto chamado Richam Faissal
Ellakkis fez isso).
Por outro lado, eu não deveria
ficar tão espantado com isso, afinal o médico brasileiro vê no paciente um
cifrão, ao invés de ver uma pessoa que sofre e tem sentimentos.
Tem aqui em Currais Novos um
cidadão que, nos tempos que Dilma ainda era presidente, quando me via nas ruas
gritava, com raiva e ironia, se dirigindo a mim com algo tipo: “o Brasil vai
bem com esse socialismo...”, ou “o mar de lama desse governo...” ou algo que o
valha. Eu, constrangido, silenciava, afinal eu não iria sair gritando debate
político no meio da rua. Pois bem, eu já vi esse cidadão várias na rua, depois
do “impitiman tabajara”, e confesso que tenho vontade de retrucar em voz alta: “o
Brasil vai bem com esse neoliberalismo...”, ou “o mar de lama desse governo...”
ou algo que o valha. Mas eu preferiria me silenciar, afinal ele não tem culpa,
pois ele, assim como a maior parte da opinião pública que vociferou ódio ao
governo anterior e silencia no governo atual, ele usa como fonte de informação
a Globo e suas empresas. As Organizações Globo são a excrescência máxima do
jornalismo, tudo que o jornalismo tem de pior (ou seria jornalixo), e para
completar o seu desserviço à nação, agora joga brasileiro contra brasileiro.