A crise de 2009 abalou
profundamente os princípios da chamada economia de mercado, muita gente boa nos
círculos intelectuais e jornalísticos ao redor do mundo chegou mesmo a estatuir
um colapso definitivo do capitalismo em proporções semelhantes ao colapso no
mundo socialista que ocorreu no final dos anos 1990’s.
Se houve um colapso no
capitalismo, ainda não se sabe, mas duas coisas ficaram definitivamente claras:
um: o estado não pode se deixar render às mãos livres e invisíveis do mercado,
pois quem as comanda esse mercado são pessoas sem nenhum método, ou pior e mais certo, não tem
nenhum caráter. Os grandes operadores do capitalismo são indivíduos que não
dispensaria a chance de destruir o próximo e a si próprio. Dois: os velhos paradigmas
produtivos, ou melhor, dizendo, as culturas afeitas ao árduo trabalho,
perceberam que isto não as faziam melhores ou mais especiais que as demais.
Em outras palavras, o paradigma
do ‘quem trabalha mais é mais próspero’ foi seriamente abalado. As duas
sociedades ditas MAIS produtivas do mundo: Japão e Estados Unidos da América
estão em severa recessão, indo lenta e inexoravelmente pro buraco, condenados a
num futuro próximo-distante se transformarem em uma espécie de “Reino Unido da
Grã-Bretanha”, ou seja, país que já foi
rico e potência hegemônica virar uma ‘potenciazinha’ de segunda (ou terceira)
grandeza, pra não dizer de quinta categoria.
Mais notadamente nos casos
japonês e americano, duas sociedades voltadas ao culto ao trabalho, sentiram
particularmente forte o impacto da crise. Empresas americanas gigantescas
americanas viraram pó e tiveram de recorrer apoio estatal (uma lástima no
estilo de vida preponderantemente liberal que impera nos EUA). Empresas japonesas que mais pareciam feudos,
em que os empregados nasciam e morriam nela, fecharam fábricas e se sujeitaram
a administração de CEO’s estrangeiros (um verdadeiro pecado na cultura
milenarmente hermética japonesa).
Esses dois casos mostram
patentemente que a ‘ loucura “workholica” ’,
pode não levar a nada, absolutamente nada, e nem é garantia vitalícia ao êxito, nem
muito menos vacina pra bancarrota.
Por outro lado emerge o BRICS, conjunto de países que
se candidatam a superpotências no futuro próximo-distante, dos quais o único
verdadeira mente agraciado com reais chances de êxito, bem como com uma nova
filosofia de vida capaz de melhorar o mundo é o nosso BRASIL (quiçá um
“Brazilian way of life”, uma coisa tipo, não se estressar muito, levar tudo na
calma e no balanço da rede, ou algo como “pra que ser pontual se já estou
aqui”...)
Senão vejamos: vamos analisar, brevemente,
cada letra que forma o BRICS, o “R” da Rússia, não vale, herdou todo o parque
tecnológico e industrial da União Soviética, isso sem falar nas reservas de
petróleo que tem; o “I” da Índia, uma nação gigantesca, com uma população
enorme e fechada que pode muito bem prescindir de tudo que vem de fora; o “C”
da China, maior população do mundo, faz da necessidade de emprego de sua gente,
um propulsor para remunerações baixas o que levou quase toda a indústria do
Velho Mundo se transferir para lá; o “S” da África do Sul (South Africa), não
tem indústria, nem agricultura, nem nada, mas foi agraciado com descomunais
reservas de ouro e diamantes e um bom contingente de mão-de-obra barata.
Então, qual o único que surgiu
praticamente do nada, começou aqui tudo do zero, além de oferecer ao mundo um
novo estilo de vida, não baseado na loucura pela busca do sucesso como nos
States ou nas ilhas japonesas, mas sim no “curtir a vida” no mesmo patamar do
“lutar/batalhar pela vida”? Sim! O “B” do nosso Brasil !!!!
E tudo isso sem ser “‘workholic’“ e sim “Macunaímico”.